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Ameaça

Poema inédito de Maria Teresa Horta

Por vezes há
um incerto silêncio
à minha volta…

Que me quer ferir
e rasga

Me ameaça
e desgraça
Me deseja
e me desata
              

Aniversário do PÚBLICO

  • Directora por um dia

    Maria Teresa Horta

    5 de Março

Maria Teresa Horta, directora convidada desta edição

Rebelde, inconsciente, apaixonada, Maria Teresa Horta usa estas expressões para se definir numa altura em que reflecte sobre as conquistas das mulheres nos últimos 50 anos e sobre uma mentalidade onde resiste o preconceito em relação ao feminino. Aos 86 anos, continua a “teimar” na luta por uma igualdade de direitos que, insiste, ainda está por cumprir.

Todas diferentes, todos iguais

“Durante muito tempo, os homens eram diferentes uns dos outros, mas as mulheres eram todas iguaizinhas”, disse-nos Maria Teresa Horta. Na preparação desta edição de aniversário, que cruza a condição feminina com a celebração dos 50 anos do 25 de Abril, as suas frases foram uma inspiração para a luta inacabada pela igualdade de género.

Foto de David Pontes
David Pontes
Vídeo Joana Bourgard

PÚBLICO 34 anos

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Conferência PÚBLICO 5 de Março Culturgest (Lisboa)

Ser mulher em liberdade

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  • Quem é a “directora por um dia” de 2024?

    Escritora, jornalista e uma das mais conhecidas feministas portuguesas, Maria Teresa Horta nasceu em 1937. Estreou-se na poesia em 1960 com Espelho Inicial. A sua obra poética editada em Portugal foi coligida em Poesia Reunida (2009). É co-autora, com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, de Novas Cartas Portuguesas, a obra que escandalizou o regime marcellista, que valeu às autoras um processo por ofensa à moral pública e que é um marco no movimento feminista. Esse processo terminou a 7 de Maio de 1974 com a seguinte decisão do juiz: “O livro não é pornográfico, nem imoral. Pelo contrário: é obra de arte, de elevado nível, na sequência de outros que as autoras já produziram.” Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa morreram em 2016 e 2020, respectivamente.

    Maria Teresa Horta escreveu dezenas de livros. E recebeu vários prémios. Com o livro de poesia Estranhezas recebeu o Prémio Literário Casino da Póvoa/Correntes de Escritas em 2021. Em 2011, recebeu o Prémio D. Dinis - Casa de Mateus pelo romance histórico As Luzes de Leonor - A marquesa de Alorna, uma sedutora de anjos, poetas e heróis. Em 2014, ano em que lhe foi atribuído o Prémio Consagração de Carreira pela Sociedade Portuguesa de Autores, editou o volume de contos Meninas. Foi condecorada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a Ordem da Liberdade. Continua a escrever poesia. Todos os dias.

  • O que significa ser “director por um dia”?

    Ao longo dos anos, a função foi interpretada pelos nossos convidados de formas muito diferentes. Mas, no essencial, o “director por um dia” prepara ou ajuda na preparação da edição especial de aniversário, propõe trabalhos, discute ângulos, abordagens, primeiras páginas. Este ano, o PÚBLICO definiu que o tema “Ser mulher em liberdade” estaria no centro das diferentes actividades que temos programadas para assinalar o 34.º aniversário do jornal, fazendo assim a ponte com a celebração dos 50 anos desde os 25 de Abril. Maria Teresa Horta aceitou o convite para nos dirigir nesta tarefa. Garante que em matéria de igualdade de género “está muito por fazer” e “estamos atrasadíssimos”.

  • Que outras pessoas assumiram esse papel no PÚBLICO?

    Todos os anos, o PÚBLICO convida uma figura de relevo para dirigir a edição especial de aniversário. Em 2023, desafiámos o artista e activista chinês Ai Weiwei, vítima de perseguição no seu país e actualmente a viver em Portugal. No ano anterior, tinha sido Catarina Mota, uma das jovens portuguesas que, em 2020, moveram uma acção contra 33 Estados no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos por causa das alterações climáticas; e em 2021, com o país e o mundo marcados pela pandemia de covid-19, fomos dirigidos pelo cientista Sobrinho Simões. Os escritores António Lobo Antunes, Miguel Esteves Cardoso e Afonso Reis Cabral, a comissária europeia Elisa Ferreira, a autora e música brasileira Adriana Calcanhoto, o atleta olímpico Nelson Évora, o físico João Magueijo e o primeiro director do jornal, Vicente Jorge Silva, foram algumas das outras personalidades que aceitaram em anos anteriores dirigir a edição de aniversário.

  • Quando é que o PÚBLICO faz anos?

    Havia muito que se faziam “números zero”, mas foi a 5 de Março de 1990 que o primeiro PÚBLICO chegou às bancas. Tinha na capa uma fotografia do então líder do PCP, de costas, com o título: “Cunhal: resistir até ao fim.” O texto que acompanhava começava assim: “O PCP mantém-se igual a si próprio: os primeiros sinais da reunião do Comité Central, ontem iniciada, confirmam a recusa da direcção comunista em seguir os novos ventos que sopram de Leste.” Este ano, a 5 de Março de 2024, celebramos os 34 anos de PÚBLICO.

  • O que posso esperar do aniversário do PÚBLICO deste ano?

    Em primeiro lugar, publicaremos uma série de entrevistas, reportagens e ensaios entre meados de Fevereiro e 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, com enfoque nas desigualdades entre homens e mulheres que persistem numa democracia que assinala, este ano, os 50 anos de existência. No dia 5 de Março, dia de aniversário do PÚBLICO, teremos uma edição especial, online e em papel, em que falamos dos velhos e dos novos entraves à igualdade de género, seja nas escolas, em casa, ou no trabalho. No mesmo dia decorre, na Culturgest, em Lisboa, uma grande conferência que reúne mulheres e homens dos mais diversos sectores para discutir o que se passa nas empresas, o que falha nas políticas, o que mudou no seio da família — e o que tarda em mudar e impede o progresso. Tudo isto será acompanhado por uma série de iniciativas e workshops, onde os assinantes do PÚBLICO têm lugar garantido, mas que estarão abertos a todos. Será também na Culturgest. Basta inscrever-se.