Isabel Zibaia Rafael já fazia pão antes da pandemia, agora publicou mais de 40 receitas

Sem formação em cozinha e pastelaria, herdou o gosto da mãe por fazer pão em casa, a blogger publicou Vamos fazer pão e deixa esse convite aos leitores que se apaixaram por esta arte nos últimos meses.

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No blogue Cinco Quartos de Laranja, os internautas procuraram receitas para fazer massa-mãe DR

Sem formação em cozinha ou pastelaria, Isabel Zibaia Rafael é a autora do blogue Cinco Quartos de Laranja, onde partilha receitas práticas, ideias e sugestões. Com a pandemia, os leitores perguntavam-lhe como se fazia pão com massa-mãe ou como se fazia um fermento natural, ao mesmo tempo que as receitas de pão eram das mais procuradas. Assim, fazia todo o sentido publicar Vamos fazer pão, com mais de 40 receitas que, garante, “foram trabalhadas para o livro”.

“Tentei seleccionar receitas que, de uma maneira geral, se adeqúem às necessidades do dia-a-dia, de quem quer fazer pão para partilhar com a família”, diz ao PÚBLICO. “Há no livro receitas adaptadas, como por exemplo, os pães tigre, entre outras. Há receitas inspiradas em pão tradicional. Há receitas criadas ou recriadas por mim, usando diferentes métodos de fazer pão que fui aprendendo”, enumera. Por isso, no final do livro, agradece a alguns chefes que a ensinaram ou a incentivaram a fazer pão.

Se, há uns anos, as máquinas de fazer pão foram uma moda que acabou por não vingar, com a pandemia a ideia de fazer pão em casa ressuscitou. Isabel Zibaia Rafael, que também faz workshops e showcookings, considera que o regresso desta tendência se ficou a dever ao confinamento. “Fazer pão foi o regresso a algo que traz satisfação, que fazemos com tempo e que podemos partilhar com aqueles de quem gostamos”, defende. “Penso que, de uma maneira geral, o pão é daqueles alimentos que toda a gente gosta de fazer ou, pelo menos, gostaria de experimentar fazer, em casa. É um alimento que conforta.”

Mais, diz: “Fazer pão, em casa, terá sempre um certo encanto, reveste-se até de uma certa magia. Sempre se fez pão em casa.” É uma moda que tenderá a passar? “Se a pessoa gostou, a probabilidade de continuar a fazer regularmente o seu pão, em casa, é maior. Caso contrário, muito provavelmente, deixará de ser um hábito”, responde.

Entre as mais de 40 receitas — divididas em pão para: o dia-a-dia; o lanche; os dias de festa; com fermento natural; e pão doce —, a autora, que já publicou meia dúzia de títulos, adianta que os mais complicados “serão os pães feitos com fermento natural”. No entanto, Isabel Zibaia Rafael aconselha a não desistir. Aliás, o conselho resume-se a “amor, tempo e paciência”. Esse deve-se à sua própria experiência pois, explica, fazer pão “não resulta apenas da soma dos seus ingredientes”, recordando que quando começou a fazer pão, pediu ajuda à mãe — “que sempre fez pão, em casa, para a família, num forno a lenha”.

A mãe deu-lhe a receita e a filha perguntou-lhe a medida da água, ao que ouviu: “A água vais colocando, vais vendo a consistência da massa à medida que amassas.” Isabel Zibaia Rafael continua: “Na altura senti necessidade de ter referências, e, para quem como eu, começa a fazer pão, em casa, partilho no livro a fórmula básica de pão com que me passei a orientar. Com isto, quero apenas dizer, que quando começamos a fazer pão, em casa, é importante termos disponibilidade e paciência para compreendermos as massas, e que há factores que influenciam o nosso pão, que não controlamos, como por exemplo, a temperatura ambiente. Por isto, é importante não desistir à primeira tentativa que não corra como desejado.”

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