Administradores da dona da Newshold ocupam cargos iguais em milhares de empresas no Panamá

A Pineview Overseas SA, que detém 91,25% da Newshold, na corrida à RTP, tem sede no Panamá, em cujos registos oficiais não há informação sobre os proprietários da empresa

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Os três trabalham na firma de advogados especialista em offshores em todo o mundo, a Aleman Cordero Galindo & Lee (conhecida como Alcogal).

Depois de atender o telefone e perceber que estava a falar com o PÚBLICO, Edgardo E. Diaz passou a chamada a uma colega na mesma sala que confirmou que ele, Fernando A. Gil e Maria Vallarino trabalhavam na empresa e faziam parte do "conselho directivo" de "muitíssimas empresas".

De milhares, perguntámos? "Sim", respondeu, recusando dar informações "confidenciais", que têm que ser autorizadas pelos proprietários da Pineview.

Na quinta-feira, a Newshold emitiu um comunicado a anunciar que está na corrida à privatização ou concessão do canal público de televisão RTP e tecia duras críticas a quem a acusava de ocultar a identidade dos verdadeiros proprietários, argumentando que o "acesso à sua identificação completa e rigorosa" era público – e confirmava que os accionistas são angolanos e portugueses.

Para constituir uma sociedade anónima no Panamá, a lei exige um agente residente que tem de ser um advogado ou uma empresa de advogados - papel que a Alcogal desempenha no caso da Pineview.

Ter "fiduciários" em cargos de gestão - ou seja, alguém que aparece no papel em vez dos verdadeiros gestores - é uma prática comum em paraísos fiscais. No caso da Pineview Overseas a informação pública disponível é apenas sobre a composição da empresa e nada existe sobre os proprietários nos registos oficiais disponíveis no Panamá.

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