Privatização seria "negociata"
Ribeiro e Castro alerta para risco de crise política
O deputado do CDS-PP, Ribeiro e Castro, sustenta que a ideia de privatizar a RTP a 49% e atribuir ao accionista minoritário a gestão privada do serviço público "seria uma negociata estapafúrdia".
Em declarações ao PÚBLICO, o ex-líder do CDS aponta o dedo ao modelo divulgado na imprensa. "A ideia de privatizar 49% da RTP e atribuir ao accionista minoritário a gestão privada de um denominado serviço público, subsidiando lautamente esse accionista com a taxa paga pelos cidadãos contribuintes, é uma coisa completamente sem pés nem cabeça", afirma. "Seria uma negociata estapafúrdia, que além do mais nos cobriria de ridículo e de vergonha". O deputado, subscritor de uma petição em defesa do serviço público, lembra que, a confirmar-se a "iminente venda da RTP", "especulação" na qual não quer acreditar, poderá desencadear uma "crise política de consequências incalculáveis", numa alusão às resistências do CDS à privatização da RTP.
E recorda o que prevê o programa de Governo: a alienação de um canal ao sector privado e a manutenção de canais de serviço público. "Isto é o que está balizado, não há legitimidade para fazer mais do que isto, a não ser que haja uma reavaliação da situação". Por outro lado, o ex-líder dos democratas-cristãos contraria o que diz ser a urgência em avançar com a privatização, lembrando que tanto o programa de Governo como o do PSD colocam o timing como "momento oportuno" ou "oportunamente". Prioritário é "estabilizar, equilibrar as contas, melhorar a qualidade e apoiar o brio dos profissionais da rádio e televisão públicas". Sofia Rodrigues