Os portugueses estão mais infelizes, indica o relatório da felicidade mundial
Portugal caiu do 34º lugar, entre os países mais felizes do mundo, em 2019, para o 56.º, quando feita uma média dos últimos três anos. Os mais felizes continuam a ser os finlandeses.
A Finlândia permanece como líder incontestada dos países mais felizes do mundo, segundo o último Relatório Anual da Felicidade Mundial, que classifica a felicidade global em mais de 150 países em todo o mundo e que, desta vez, reflecte a felicidade no período entre 2020 e 2022, precisamente os anos mais duros da pandemia de covid-19. Portugal, tal como no ano passado, mantém o 56.º posto, sobretudo por causa de uma fraca generosidade e pela crescente percepção de corrupção, conclui o documento.
Tendo por base seis áreas-chave — rendimento, apoio social, esperança de vida com saúde, liberdade, generosidade e percepção de corrupção —, as conclusões derivam dos dados recolhidos através das sondagens Gallup World para a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas nos últimos três anos, em que os países do Norte da Europa se destacam pela positiva: atrás da líder Finlândia, surge a Dinamarca, em segundo lugar, e a Islândia, em terceiro.
Em qualquer um dos casos, mas sobretudo na Finlândia, destaca-se a capacidade do sistema de bem-estar para ajudar os seus cidadãos a sentirem-se bem tratados, enquanto o planeamento urbano e a preocupação das políticas nacionais com o ambiente promovem sensações de segurança e confiança. "Os países nórdicos merecem especial atenção à luz dos seus níveis geralmente elevados de confiança tanto pessoal como institucional", lê-se no relatório, disponível em pdf.
O estudo avalia ainda que os efeitos da pandemia terão sido uma das razões para que os três países tenham mantido o pódio. "Tiveram também taxas de mortalidade de covid-19 de apenas um terço quando comparadas às mais altas da Europa Ocidental em 2020 e 2021: 27 por 100 mil habitantes nos países nórdicos, em comparação com 80 no resto da Europa Ocidental."
A excepção do Norte da Europa foi para a Suécia, que optou por distintas políticas de contenção da pandemia, resultando numa taxa de mortalidade superior aos países vizinhos, mas, ainda assim, isso não se reflectiu na felicidade dos suecos, que seguraram o sexto lugar, um degrau acima dos resultados revelados em 2019.
O top-10 é sobretudo composto por países europeus (Países Baixos é 5.º; Suécia, 6.º; Noruega, 7.º; Suíça, 8.º; Luxemburgo, 9.º), mas há duas excepções: Israel, que roubou o quarto lugar à Suíça, e a Nova Zelândia, que fecha a lista dos dez países mais felizes do mundo.
Já os países mais infelizes do mundo, de acordo com os dados recolhidos entre 2020 e 2022, são liderados pelo Afeganistão; em 2019, o país conseguia um índice melhor de felicidade do que o Sudão do Sul e a República Centro Africana, mas estes países não constam do relatório actual. O top-10 da infelicidade completa-se com Líbano, Serra Leoa, Zimbabwe, Congo, Botswana, Malawi, Comores, Tanzânia e Zâmbia.