Foto de Joana Lencastre a olhar para o mar

Idosos LGBT+. Envelhecer pode ser uma libertação

Há quem se feche no armário com receio da discriminação que poderá encontrar nos serviços destinados a idosos, mas também quem se solte com a idade. A primeira geração a envelhecer fora do armário procura soluções

A homossexualidade só não é crime em Portugal há 40 anos. Neste especial multimédia, resgatamos memórias de pioneiros do movimento LGBT+. Atendemos às particularidades do que tem sido a luta trans. Procuramos saber que desafios enfrentam agora os mais velhos. E que lutas animam os mais jovens. Alinhamos uma cronologia do movimento LGBT+ com imagens de época.

Recalcaram o seu verdadeiro eu ou fizeram vidas duplas. Um número indeterminado de baby boomers, os nascidos entre 1945 e 1964, cala a identidade de género ou esconde a orientação sexual. Alguns estão conformados. Morrerão assim. Outros estão a assumir-se agora. Entretanto, outra geração LGBT+ (lésbicas, gays, bissexuais, trans e outros) começa a envelhecer fora do armário, a X, a dos nascidos entre 1965 e 1980. E essa dá sinais de não estar disposta a voltar atrás só para não suscitar reacções negativas entre quem vive ou trabalha nas estruturas residenciais para idosos.

O que explica o armário nas pessoas mais velhas? Como é que a idade se conjuga com a orientação sexual ou a identidade de género? Que receios tem quem precisa de ir para um lar e que desafios enfrenta? Precisa de esconder ou de negociar a sua sexualidade? Está o movimento LGBT+ atento ao envelhecimento da população que representa?

Barco à vela no mar

Joana Lancastre só se libertou com a morte dos pais

Na tormenta das suas cíclicas crises de identidades, Joana Lancastre (n. 1955) recorreu a psiquiatras e psicólogos. Mais do que uma vez, aconselharam-na a deixar-se estar. “Na sua idade, isso vai ser muito complicado socialmente. Já que está assim, fique assim.”

Sofreu a primeira crise aos 12 anos. “Fui recalcando, mas de vez em quando vinha o mal-estar.” Casou-se com uma mulher. Tiveram filhas. A crise voltou, intensa. Pensou que era gay. Divorciou-se. Percebeu-se bissexual. A crise tornou, mais intensa ainda. “Várias vezes pensei em iniciar a transição. Sempre me demoveu o facto de os meus pais estarem vivos.” Não queria dar-lhes esse desgosto. Também não queria ficar fora do mercado de trabalho.

Antes da reforma, trabalhou como tradutora numa empresa de materiais de construção. Vivia como homem gay cisgénero, isto é, como uma pessoa que se identifica com o género que lhe foi atribuído à nascença. “Nunca na minha vida me ocorreria assumir essa orientação sexual. Sei que teria sofrido rejeição. Pior seria trabalhar como mulher trans.”

Aos 65 anos, já não precisava de enfrentar os pais nem os antigos patrões e colegas. Estava órfã e reformada. Sentia-se dona da sua vida. Podia mudar o guarda-roupa, fazer tratamento hormonal, cirurgias. No Serviço Nacional de Saúde, os tempos de espera são longos. “Se para jovens de 20 ou 25 esperar dois, três anos é mau, para quem tem 60 ou 65, pior. O meu prazo de validade é curto.” Serviu-se de poupanças e foi a um hospital privado. "Assumi a pessoa que eu sempre senti que era. Isso é inebriante. É uma sensação de libertação extraordinária. Dito isto, é difícil."

A transição tem várias facetas. “Toda a minha postura foi trabalhada para passar por homem. Tenho um trabalhão a desconstruir essa postura que impus a mim própria.” E o confronto com a sociedade "não é pêra doce" – em Setúbal ou em qualquer outra parte. “Os comentários desagradáveis afectam-me imenso.” Incomoda-a sobretudo que lhe troquem os pronomes sem maldade. “Esfrega-me na cara que não cheguei ao ponto.”

Apesar de tudo, sente-se uma sortuda. Não perdeu as pessoas mais significativas. Ultrapassado o choque, a ex-mulher e as filhas apoiam-na no que podem. Os netos, ainda pequenos, lidaram com a mudança com naturalidade. “Passei a ser a avô Joana. Corrigem quando alguém se engana nos pronomes: ‘Não é ele, é ela’.”

Para já, não a inquieta o futuro. “Neste momento, estou em lua-de-mel com o meu corpo, com a minha identidade. Estou a viver uma adolescência. Não passa pela cabeça de uma adolescente que amanhã irá para um lar.” Para já, ocupa-se do presente. “Ainda me mexo bem. Vou todos os dias ao ginásio. Vou aqui ou acolá com amigos. Adoro ir à praia. Tudo isto vai acabar gradualmente. É a lei da vida. As maleitas da idade começam a aparecer. E como vai ser? Sei que terei de pensar nisso, mas ainda não cheguei lá.”

Lares. Uma questão de sorte

Não é assunto que ocupe muitos colectivos e associações. A Opus Diversidades desenvolveu dois projectos, o Envelhecer Fora do Armário (2016) e o Seniores LGBT (2018). De resto, houve o BestCare4+, projecto da União Europeia em Portugal dinamizado pela Associação CASO50+.

António Serzedelo (n. 1945), fundador da Opus, tem desafiado outros a pensar no envelhecimento. Há uns anos, até sugeriu a um ministro que criasse uma secretaria de Estado dos Idosos. O idadismo combina-se com a homofobia, a bifobia, a lesbofobia ou a transfobia. Nem nos ambientes LGBT+ um idoso dessa comunidade está a salvo. “Os gays discriminam os idosos. Discriminam-nos sexualmente e discriminam-nos na relação social.”

Retrato fotográfico de António Serzedelo
António Serzedelo fotografado em 2009, ano da fundação da Opus Diversidades Daniel Rocha/PÚBLICO
Retrato fotográfico de António Serzedelo
A Opus Diversidades é a antiga Opus Gay, fundada também por Serzedelo Daniel Rocha/PÚBLICO

Joana pode testemunhá-lo. “Não se valoriza o velho. O velho é para ir para o banco de jardim. O ambiente LGBT+ ainda é mais discriminatório. É um microcosmo que valoriza muito o corpo, a aparência, a festa. Já estive com grupos em reuniões LGBT+ e senti-me posta de lado.”

Há quem esteja fora do armário e reentre, ao precisar de recorrer a serviço domiciliário, centros de dia, estruturas residenciais para idosos, receando um eventual tratamento discriminatório por parte de profissionais e utentes. E quem nunca tenha saído do armário e não tenha oportunidade de o fazer, caso se apaixone nessa última etapa da sua vida.

“Lares há que não aceitam pessoas do mesmo sexo a partilhar quartos”, diz o actual presidente da Opus, Hélder Bértolo (n. 1971). “Temos um caso de um homem gay que entrou num lar e conheceu outro homem que sentia atracção por homens, mas nunca tinha experimentado. O homem gay foi expulso do lar.”

Começam a aparecer em Portugal estudos sobre envelhecimento LGBT+. O de Judite Beatriz da Silva (2018) mostra que as estruturas residenciais para idosos não são todas iguais e que dentro delas também podem acontecer histórias felizes.

Entrevistou um homem de 76 anos, enfermeiro reformado, com um quarto individual. Antes de escolher aquele lar, visitou vários, assumindo-se como bissexual. Apaixonou-se por outro residente, que não tem essa abertura. Mantêm encontros íntimos, secretos, no seu quarto. “Vamos estando juntos, vamos namorando, vamos colmatando as necessidades um do outro, não só sexuais, mas num todo. Estamos a conhecer-nos com muita calma, muita paciência, muita compreensão e muito, vá, prazer!”

Também entrevistou um homem de 66 anos, talhante reformado, que partilhava o quarto com o namorado. A irmã avisara logo a directora que ele era homossexual. Assustara-se. “O que é que eu ia fazer à minha vida? Iam maltratar-me? Ia ser desrespeitado, humilhado, posto de parte?” A directora tivera o cuidado de conversar com ele em privado, descansando-o. Não era o único, havia outro. Quando se apaixonaram um pelo outro, sugeriu que partilhassem quarto. A irmã fez um escândalo. A directora expulsou-a. “Disse-lhe que ela não podia decidir a minha vida, que eu era maior de idade, que eu podia ser feliz. E que feliz que eu fiquei!”

É preciso sorte, percebe-se ao ler uma dissertação de Daniela Sofia Pereira de Almeida (2020) sobre atitudes e comportamentos dos profissionais das estruturas residenciais para idosos. Inquiridos 538, encontrou indícios de tratamento diferenciado em função da orientação sexual. As reacções mais frequentes perante relações sexuais heterossexuais: “comentar o sucedido com a supervisão ou direcção”, “pedir desculpa aos utentes”, “aconselhá-los a fazerem-no de forma mais privada”. Perante relações sexuais homossexuais, além dessas, “tomar ou exigir medidas para que não volte a acontecer” e “chamá-los à atenção/ralhar-lhes”.

Luís Azevedo a exercitar numa passadeira

Luís Azevedo. Uma urgência médica forçou a saída do armário

Um estudo de Manuel João Monteiro Barbosa (2021), focado em lésbicas, gays e bissexuais, confirma que para a geração mais velha a saída do armário costuma ser um processo longo. A sua amostra, composta por 43 pessoas, revelou medo. Antes da descriminalização da homossexualidade, em vigor desde o dia 1 de Janeiro de 1983, era o medo da perseguição e da rejeição. Eliminado o primeiro, persistiu o segundo. “Estes indivíduos tinham receio de admitir a sua orientação sexual, inclusivamente a si próprios, visto que haviam internalizado os estereótipos negativos que a sociedade impunha.”

Luís Azevedo (n. 1956) fez vida dupla. “Eu descobri a minha homossexualidade muito cedo. Na minha adolescência, já sabia muito bem quem era, mas na altura era proibido. Ninguém ousava sequer. Era tudo às escondidas.” Casou-se com uma mulher. Divorciou-se. Teve uma primeira relação séria, mas secreta, com um homem. Não correu bem. Luís era um diurnal electricista de laboratório e o namorado um artista extrovertido e noctívago, mais conforme o estereótipo gay. “Tenho esta parte homossexual, mas não me sinto protegido, não me sinto amparado”, concluiu. “Sinto-me mais amparado vivendo uma vida heterossexual.” Tornou a casar-se com uma mulher.

Morar numa aldeia de Torres Vedras não o ajudou a sair do armário. “As pessoas vivem muito de aparências. Fui arrastando isso. Passava os fins-de-semana quase todos em Peniche. Tínhamos lá uma roullote .” Usava-a para os seus encontros íntimos, convencido de que a mulher nem desconfiava. Ia nos 50 anos quando ela o deixou, levando as duas filhas. Sentiu-se sem chão.

Ao apaixonar-se por um homem, voltou a colocar-se a hipótese de saída do armário. “Na aldeia, toda a gente me conhecia. Era a terra dos meus avós.” Ali não tinha coragem. Mas estava divorciado, privado de contactos com as filhas, na meia-idade, altura em que se começam a acomodar as mudanças corporais, a lidar com o desaparecimento de pessoas próximas, a assumir a finitude.

Decidido a aproveitar os anos que lhe restam, mudou de emprego, mudou de casa, uniu-se ao namorado. Quando sofreu um enfarte, aos 52 anos, o companheiro avisou a família. No hospital, apresentou-se sem disfarce. “Filho, para mim não foi novidade”, comentou depois a mãe. “Nunca quis meter-me na tua vida. Sempre pensei que tinha de haver alguma coisa para ires de Torres Vedras para Queluz.” Luís respirou de alívio. “Uma coisa tão simples!”

Há uns três anos, morreu a ex-mulher. No ano passado, o contacto com as filhas foi restabelecido. "Agora, sinto-me completo." Assim, com companheiro e filhas, “o futuro não assusta”. Procura ter uma alimentação equilibrada, praticar exercício, controlar o stress, manter relações sociais. Em vez de ir a um ginásio em Vila Franca, onde agora mora, apanha o comboio e vai a Lisboa. O exercício ajuda a reduzir a perda de massa muscular própria do envelhecimento e aumenta a possibilidade de manter uma vida activa e independente.

A médica de família tem conhecimento da sua relação. Caso seja hospitalizado, dá o contacto do companheiro. Se um dia precisar de uma estrutura residencial para idosos, jura não voltar ao armário. “Tenho de dizer o que sou para ficarem a saber. Ao informar a instituição, a instituição informará os trabalhadores. Uma coisa que não admito é falta de respeito.”

Activismo LGBT+. Uma nova frente de intervenção

“Há uma tentativa de apagamento de toda a sexualidade dos idosos, uma infantilização, uma falta de respeito a muitos níveis, incluindo o sexual”, comenta Fabíola Cardoso (n. 1972), fundadora do Clube Safo. Os idosos são vistos como pessoas assexuadas. Quem tem actividade sexual é hipersexualizado. A mulher é vista como “viúva alegre” e o homem como “velho tarado”. Na sua opinião, “isto tem de ser mudado, alterando a política de funcionamento dos lares, garantindo que são sítios onde a sexualidade humana tem espaço e essa não é só heterossexual”. “Também têm de ser criadas respostas LGBT+ friendly. Está na altura de se pensar neste assunto. Se antes as pessoas estavam dispostas a silenciar, aproxima-se da idade sénior a minha geração e essa não vai querer voltar para o armário.”

Hélder Bértolo também está convencido de que o momento é agora. “Como muitas pessoas mais velhas nunca saíram do armário, não reivindicavam direitos. Quem não é visível não existe. Tem de haver alguém que fale, aja, transforme.” Preparar as respostas sociais é importante, já que os idosos LGBT+ não dispõem da retaguarda familiar típica da sua geração, explica a socióloga Ana Cristina Santos (n. 1975), que tem em curso dois projectos de investigação sobre envelhecimento LGBT+. Há maior probabilidade de se terem afastado da família de origem, de não se terem casado e de não terem filhos. A epidemia da sida não ajudou. As conquistas das últimas duas décadas chegaram demasiado tarde para alguns.

A Opus Diversidades já apresentou à Segurança Social um projecto de centro de dia que evoluiria para estrutura residencial. “Seria um lar LGBT+, mas também receberia pessoas cisgénero heterossexuais”, torna Bértolo. “As pessoas dizem-me: ‘Isso vai aumentar a guetização, é melhor apostar na formação.’ As coisas podem ser feitas em paralelo. Não posso dizer a uma pessoa de 80 anos para esperar dez anos, que os lares vão ser inclusivos.”

No Plano de Recuperação e Resiliência, há financiamento para habitação colaborativa, um modelo popular no Norte da Europa e nos Estados Unidos que combina unidades habitacionais independentes com espaços de utilização comum e serviços partilhados. Bértolo averigua essa possibilidade em Lisboa. Fabíola Cardoso também gosta da ideia, noutros moldes.

Fabíola regressou a Sobrainho dos Gaios, em Proença-a-Nova, à casa dos avós, que também foi na infância. “Gostava muito de criar algo que juntasse envelhecimento activo e desenvolvimento comunitário. Gostava de ter um centro comunitário e pequenas casinhas. As pessoas podiam ter a sua autonomia e estar próximas. Gostava que fosse um espaço LGBT+ friendly, que garantisse liberdade e segurança a essas pessoas e contribuísse para modificar o ambiente à volta para criar uma sociedade rural que valorizasse a diversidade.” A palavra do futuro, para Fabíola, é “agroqueer”.

Fotografia de Eduarda Ferreira

Eduarda Ferreira. No quadro legal actual, a visibilidade protege

Eduarda Ferreira (n. 1962) lembra-se de, no Clube Safo, há uns anos, associadas falarem em viver juntas na velhice. Só que “isso implica planear a vida”. “E cada vida tem tempos diferentes.” Simpatiza com a ideia de habitação colaborativa. Não é, todavia, uma solução ao alcance de todos. “A questão socioeconómica marca o tipo de liberdade que as pessoas têm.”

Sempre valorizou a visibilidade. E a verdade é que não teve de lidar com as reacções negativas “que marcaram quase todas as pessoas” da sua geração. Forçada a sair de Moçambique após a independência daquela antiga colónia, a família fixou-se em São Miguel. E, talvez por isso, os pais tivessem “uma postura diferente perante a vida”. “Eles também estavam isolados. Isso aproximou-nos muito. Eles queriam era que eu fosse feliz.”

Entrando na universidade, em Lisboa, permitiu-se explorar. Sobre a primeira namorada, nem uma palavra aos pais. A segunda angustiou-a tanto que desabafou com eles. A terceira já a levou a casa. “Vivíamos juntas. Para a minha família, ela era a namorada. Para a família dela, eu era a amiga. Eu não sentia que havia razão para estar escondida. As coisas estavam a mudar.”

O activismo despontava. Em 1995 nascera a ILGA-Portugal e em 1996, o Clube Safo. Um ano depois, a ILGA anunciava o primeiro arraial Pride, em Lisboa. “Eu queria ir. Meti-me no carro e fui. Ela não me impediu, mas começou a haver um afastamento. Eu virei activista. Fiz parte da direcção do Clube Safo. Não fazia sentido esconder.”

Eduarda Ferreira no barco à vela

Esconder a orientação sexual, sublinha aquela investigadora e psicóloga, tem “um efeito perverso”: reforça a homofobia ou a lesbofobia ou a bifobia ou a transfobia internalizada. “É como se houvesse qualquer coisa de errado, que devesse ser escondida.” Desconstruir tal sentimento, potenciador de baixa auto-estima, ansiedade e depressão, é um trabalho para a vida inteira.

Na discussão sobre o envelhecimento, considera importante ter presente que o país anda há 20 anos a livrar-se de legislação discriminatória. Se antes a visibilidade era uma porta que se abria ao ostracismo, hoje pode ser um factor de protecção. “Esconder torna as pessoas mais vulneráveis. Os segredos são difíceis de gerir. Estar visível protege. Até porque há aquela coisa do politicamente correcto.”

Pensando no futuro, o ideal para Eduarda será continuar na sua casa com a sua mulher. Começam a falar na possibilidade de saírem de Palmela, de se aproximarem de Lisboa, para facilitar o acesso a qualquer serviço, caso deixem de conduzir. As estruturas residenciais para idosos parecem-lhe uma opção “complicada para toda a gente”. “Pensamos ter alguma capacidade económica para pagar pela prestação de cuidados. Trabalhamos. Fizemos as nossas poupanças. Há pensões que esperamos vir a ter. Se tivermos de ir para um lar, o casamento ajudará. E o género também. A sociedade aceita melhor duas mulheres juntas.” Nessa altura, que acredita distante, talvez já haja “lares assumidamente LGBT friendly”. Para já, tem dias preenchidos com muito trabalho e alguns momentos de lazer, que incluem velejar.

Referências bibliográficas

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