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Yoko Ono é a legítima proprietária do relógio roubado de John Lennon, afirma tribunal suíço

O relógio Patek Philippe, com um valor estimado de mais de quatro milhões de euros, foi uma prenda de aniversário de 40 anos, apenas dois meses antes do seu assassínio em Nova Iorque.

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Yoko Ono, a mulher do falecido cantor John Lennon, numa conferência de imprensa em Tóquio, a 4 de Outubro de 2005 Toru Hanai/REUTERS
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Um relógio raro oferecido a John Lennon pela sua mulher e que foi roubado após a sua morte não pertence a um italiano que o comprou numa casa de leilões anos mais tarde, decidiu um tribunal suíço na quinta-feira, abrindo caminho para a sua devolução a Yoko Ono.

O relógio Patek Philippe, com um valor estimado de quatro milhões de francos suíços (4,26 milhões de euros), foi uma prenda de aniversário de 40 anos, em 1980, oferecida ao antigo Beatle pela artista japonesa, apenas dois meses antes do seu assassínio em Nova Iorque.

O relógio ostenta a inscrição “(JUST LIKE) STARTING OVER LOVE YOKO 10-9-1980 N.Y.C”, na parte de trás do mostrador em ouro de 18 quilates, um verso de uma canção que compuseram juntos, refere o comunicado do tribunal.

A decisão de recurso partilhada com os jornalistas pelo Tribunal Federal na quinta-feira confirma dois acórdãos anteriores dos tribunais de Genebra, em 2022 e 2023, e conclui uma batalha legal de dez anos entre Yoko Ono e um homem italiano que vive na China, que reivindicou a propriedade do relógio e foi o requerido neste caso.

Vincent Guignet, advogado de Yoko Ono, disse à Reuters que a artista se sente aliviada com o resultado do processo. “Este relógio tem um significado especial para ela e já é altura de o recuperar”, afirmou.

Tal como todos os nomes das partes envolvidas, o seu nome é dado em código nos documentos legais suíços, sendo apenas possível determinar algumas das identidades. Por esse motivo, não foi possível à Reuters contactar o advogado do homem que reivindicava a propriedade do objecto.

Segundo os documentos do tribunal, o relógio mudou de mãos e de país várias vezes depois de ter sido levado pelo motorista turco de Ono em 2006. Este alegou que tinha o consentimento de Yoko Ono para levar o relógio.

Uma vez na Turquia, o relógio mudou de mãos novamente, em 2010, antes de ser vendido a uma casa de leilões alemã, que o vendeu a um cidadão italiano que vive na China.

Yoko Ono só descobriu que o relógio tinha sido roubado em 2014, depois de uma empresa de Genebra, encarregada pelo italiano de avaliar o seu valor, ter avisado o seu advogado.

O relógio está actualmente a ser guardado em Genebra, segundo documentos judiciais suíços, e não ficou imediatamente claro quando ou se seria devolvido.