O grupo de direitos humanos Stop Uyghur Genocide, com sede no Reino Unido, lançou uma campanha para bloquear a possível entrada da Shein na bolsa de Londres devido a preocupações com as suas práticas laborais, avança o escritório de advocacia que representa o grupo, na quarta-feira, depois de Amnistia Internacional também já ter declarado as suas preocupações com a mesma questão.
O escritório de advocacia de direitos humanos Leigh Day escreveu à Autoridade de Conduta Financeira (FCA, na sigla britânica) do Reino Unido para instar o regulador a recusar qualquer tentativa da Shein de se cotar na Bolsa de Valores de Londres (LSE), afirmou.
"A Shein tem uma política de tolerância zero para o trabalho forçado e estamos empenhados em respeitar os direitos humanos. Levamos a sério a visibilidade em toda a nossa cadeia de abastecimento e exigimos que os nossos fabricantes contratados apenas adquiram algodão de regiões aprovadas", afirmou a Shein num comunicado. A FCA não quis comentar.
Na terça-feira, a Amnistia Internacional do Reino Unido afirmou que a potencial oferta pública inicial da Shein em Londres seria um "marco de vergonha" para a LSE, devido às normas "questionáveis" da empresa de fast-fashion em matéria de trabalho e direitos humanos.
Em Junho, a Shein apresentou em segredo documentos ao regulador dos mercados britânicos, disseram duas fontes à Reuters na segunda-feira, dando início ao processo para uma potencial cotação em Londres ainda este ano.
A empresa já tinha afirmado anteriormente que estava a investir no reforço da governação e da conformidade em toda a sua cadeia de abastecimento.
A FCA não tem poderes de investigação ou de execução relacionados com alegadas infracções à legislação que não é da sua competência, como a Lei sobre a Escravatura Moderna ou a legislação fiscal.