Sarcoma: o cancro esquecido

Julho representa o mês dedicado à divulgação e educação para os sarcomas, tendo como expoente máximo o dia 13, data em que se celebra o Dia Mundial do Sarcoma.

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Qualquer pessoa que sinta um nódulo, em qualquer parte do seu corpo, não deve ignorar Karolina Grabowska/pexels
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Julho representa o mês dedicado à divulgação e educação para os sarcomas, tendo como expoente máximo o dia 13, data em que se celebra o dia mundial do Sarcoma. A necessidade de criar um evento destes à escala planetária advém dos vários desafios que este tipo de cancro nos coloca. Conheça-os.

Esta efeméride teve origem em 2007 na cidade norte-americana de Seattle, e resultou do esforço conjunto de associações de doentes e de profissionais de saúde dedicados ao tratamento desta patologia, com o objectivo de alertar e sensibilizar a população para este tipo de cancro, conhecido como o "cancro esquecido", cujo lema da edição deste ano é precisamente “vamos falar sobre o cancro esquecido”.

Um dos grandes desafios que este tipo de cancro nos coloca tem a ver com a sua raridade. Os sarcomas representam 1% de todos os tumores da idade adulta, correspondem a mais de 100 entidades diferentes e têm origem nos tecidos de suporte do nosso organismo (gordura, músculo, tendão, vasos sanguíneos, osso, cartilagem, entre outros), ou seja, podem aparecer em qualquer parte do corpo humano e, salvo raras excepções, são completamente assintomáticos até atingirem fases muito avançadas.

Outro dos desafios prende-se com as escassas de opções terapêuticas que existem. O seu tratamento depende essencialmente da cirurgia, podendo ser complementado pela radioterapia ou pela quimioterapia/tratamento sistémico. É fundamental uma correcta abordagem inicial destes doentes para que as opções de cura não fiquem irremediavelmente comprometidas.

Para ultrapassarmos estas limitações e conseguirmos oferecer o tratamento curativo ao maior número de doentes possível é obrigatório que todos nós, população em geral e profissionais de saúde em particular, saibamos que o sarcoma existe, porque senão pensarmos nele dificilmente o diagnosticaremos correctamente e em tempo útil.

É fundamental que qualquer pessoa que sinta um nódulo, em qualquer parte do seu corpo, com crescimento recente ou progressivo ou que tenha sintomas associados, não o ignore e recorra aos serviços de saúde que tenham profissionais com experiência na abordagem e tratamento desta doença e que trabalhem em equipa.

Só a existência de equipas multidisciplinares, compostas por todas as especialidades médicas necessárias para o diagnóstico e tratamento deste cancro (Cirurgia, Ortopedia, Oncologia Médica, Radioncologia, Anatomia Patológica e Radiologia), que se reúnam com frequência para discutir e definir as estratégias de diagnóstico e terapêutica dos seus doentes, consegue assegurar os melhores resultados no combate a esta doença.

É fundamental que todos divulguemos esta informação pelos nossos amigos e familiares, para que o cancro esquecido deixe de o ser, minimizando, assim, todas as consequências que este tipo de doença tem sobre a comunidade. Façamo-lo, mais que não seja durante o mês de Julho. É um dever cívico.

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