O futuro a nós pertence

Um adulto e uma criança constroem uma porta, uma casa e o futuro um do outro. Com amor.

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“Construímos uma porta onde nenhuma existia” Oliver Jeffers
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“Construímos uma casa para vivermos, dia a dia” Oliver Jeffers
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“Por agora, façamos uma fogueira. Tantos planos dão uma canseira...” Oliver Jeffers
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“São estas as coisas que vamos construir, tu e eu” Oliver Jeffers
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Capa do livro “O Que Vamos Construir — Planos para Um Futuro Comum”, edição da Orfeu Negro Oliver Jeffers

Depois de ter dado as boas-vindas ao filho com Aqui Estamos Nós, Oliver Jeffers mostra-lhe agora os “planos para um futuro comum”. Na verdade, mostra-nos a todos.

Começa por perguntar: “O que vamos construir, tu e eu?” Ao mesmo tempo, mostra as suas mãos e as de uma criança antes de se lançarem à obra.

Escolhidas as ferramentas, “para montar coisas e as desmontar”; de imediato, nasce uma porta, “onde nenhuma porta existia”; uma casa, “para vivermos dia a dia”; e um futuro: “Podemos construir o futuro um do outro. E um relógio, já agora, para evitar o tempo morto.

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Oliver Jeffers

Este premiado artista multidisciplinar, com trabalhos de pintura e escultura, além da ilustração e escrita para crianças, é diplomado em Ilustração e Comunicação Visual pela Universidade de Ulster. Cresceu em Belfast, Irlanda do Norte, e hoje vive e trabalha em Brooklyn, Nova Iorque (EUA).

Em 2004, estreou-se nos livros para crianças com o álbum Como Apanhar Uma Estrela. Na colecção Orfeu Mini, é autor, entre outros livros, de O Incrível Rapaz Que Comia Livros, O Coração e a Garrafa, Era Uma Vez Um Alfabeto. Também ilustrou, em 2013 e 2015, os textos de Drew Daywalt O Dia em Que os Lápis Desistiram e O Dia em Que os Lápis Voltaram a Casa.

Divertido e comovente

Em O Que Vamos Construir, fala em “amor de sobra, que guardaremos”. Um autor que consegue sempre simplificar temas complexos e aliar a curiosidade à ironia, numa linguagem poética, mas clara.

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“Vamos construir um sítio onde chegar sem hora marcada e guardar as coisas da viagem passada. Vamos pô-las aqui mesmo ao lado do amor que já tínhamos guardado” Oliver Jeffers

A sua expressão plástica é divertida, mas ao mesmo tempo comovente. Usa as cores sem cerimónia, mas não tem imagens berrantes. Por vezes, é mais o que oculta do que o que revela, deixando ao leitor espaço e tempo para imaginar o que mais ali poderia ser retratado.

Nestes planos para um futuro comum, há lugar para o perdão e para a paz. “Podemos construir um forte onde os inimigos não entram e muros altos, para quando tentam. Mas nem sempre ganhamos e nem sempre perdemos. Teremos um portão, para os recebermos. Faremos uma mesa para o chá e diremos: ‘Desculpem’, ‘fui mau’, ‘fui má’.”

À medida que o livro avança, a escala alarga-se. Se tudo começou numa porta, passará para o universo e para uma torre de onde se vê as estrelas. “Faremos um túnel para qualquer lugar, uma estrada para ir à Lua e voltar.”

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“Construiremos uma torre para ver as estrelas e os mundos que há por lá a rodar no meio delas” Oliver Jeffers

Por fim, o regresso a casa. “Vamos construir um sítio onde chegar sem hora marcada e guardar as coisas da viagem passada. Vamos pô-las aqui mesmo ao lado do amor que já tínhamos guardado. Acho que, mais tarde, ainda vamos querê-las… Quando a vida for dura, precisaremos delas.”

No final, de novo as mãos da criança e do adulto. Juntas. Assim até parece fácil trabalharmos uns com os outros e não uns contra os outros. Boa Páscoa e bom futuro.

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