PS procurou garantir que não havia nenhum acordo no IRC, acusa Marques Guedes

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Luís Marques Guedes Daniel Rocha

"Quando se apresenta uma proposta dizendo que se faz depender qualquer alteração do IRC da alteração do IVA da restauração e da taxa do IRS, sabendo-se que isso não é possível neste momento de se fazer, obviamente é porque se está numa atitude de garantir condições de que nenhum acordo é feito", declarou Luís Marques Guedes, na conferência de imprensa sobre as conclusões do Conselho de Ministros.

Segundo o ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, "foi essa atitude, infelizmente, que o PS adoptou, dando crédito àquilo que veio na comunicação social ao longo das últimas semanas: que era uma ameaça interna dentro do grupo parlamentar do PS de que se houvesse algum acordo sobre esta matéria por parte da respectiva direcção haveria uma rebelião dentro do próprio grupo parlamentar".

"Aparentemente, está-se a dar crédito, por estas atitudes, a essa fragilidade da parte da direção do PS. O que é particularmente preocupante numa matéria como esta, que deveria ser objecto, por razões de estabilidade e de confiança projectada para os investidores nacionais e internacionais, de um consenso mais alargado, que o Governo e a maioria procuraram afincadamente", acrescentou.

O ministro referiu que o PS apresentou em comissão parlamentar "dez propostas" e "a maioria foi ao encontro de cinco dessas propostas".

Das restantes, "duas delas eram manifestamente impossíveis de cumprir porque contradiziam frontalmente aquilo que está no memorando" e as outras "foram colocadas única e exclusivamente para garantir que não havia qualquer tipo de acordo por parte do PS", sustentou.

De acordo com Luís Marques Guedes, "ficou bem claro neste processo, infelizmente, que há uma actuação de completa negação relativa a qualquer hipótese de negociação parte do PS".