Passos Coelho traz Sócrates para a campanha eleitoral

Numa entrevista ao CMTV, este sábado à noite, o líder da coligação PSD/CDS admitiu que os portugueses podem dar ao PS uma maioria estável para governar.

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Numa entrevista, este sábado à noite, ao canal CMTV, Passos Coelho começou por dizer que José Sócrates, suspeito de corrupção, não é candidato às próximas legislativas, quando questionado sobre se é possível manter o antigo chefe de Governo fora da campanha. “Há ideias próximas das que ele defendeu e executou, mas são outros candidatos. Podem, às vezes, ser ideias muito parecidas, ou próximas, mas são outros”, disse, acrescentando não ver razão “para trazer o engenheiro Sócrates para a campanha”.

O primeiro-ministro afirmou, no entanto, não ver que a campanha “ganhe qualquer esclarecimento em misturar as coisas”, entre o plano da justiça e o plano político.

Insistindo na necessidade de uma maioria estável, Passos Coelho põe a hipótese de que essa segurança até venha a ser dada ao PS, se essa for a escolha dos eleitores. “Se os portugueses acham que o caminho é melhor do que o nosso, e derem [ao PS] essa maioria inequívoca... Ficaria descansado quanto às condições de governabilidade se isso acontecesse, [mas] ficaria apreensivo com o resultado da acção desse governo”, afirmou.

O candidato a primeiro-ministro pela coligação PSD/CDS quis demarcar bem a diferença entre o programa do PS – que associou sempre a um retrocesso na recuperação da economia – e o proposto pela actual maioria. Quanto a um futuro entendimento, Passos Coelho disse não ser o momento para dizer se vai viabilizar um futuro executivo, em caso de nenhuma das candidaturas conseguir a maioria absoluta. “A minha função, agora, não é persuadir os eleitores de que se perder as eleições e António Costa não tiver os votos que cheguem vou alinhar o apoio a viabilizar esse Governo”. A preocupação, assumiu Passos Coelho, é outra. “É dizer que se acham que a coligação dá mais garantias, então votem na coligação”, concluiu.

De qualquer forma, o primeiro-ministro mostrou abertura em “sentar-se à volta da mesa” com o PS para debater as fontes de financiamento da Segurança Social, apesar de ser bastante crítico da proposta socialista nesta área. “O PS, em quatro anos, arranja um problema sério na Segurança Social”, apontou, referindo-se à proposta da descida da TSU.

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