Arménio Carlos espera “muitos milhares de pessoas” na manifestação deste sábado em Lisboa

Protesto junto ao Palácio de Belém para exigir ao Presidente da República que antecipe eleições legislativas.

Foto
Depois do Primeiro de Maio, CGTP volta à rua este sábado Rui Gaudêncio

“Todos os indicadores que temos apontam para uma grande concentração, com muitos milhares de trabalhadores, pensionistas e cidadãos em geral”, disse Arménio Carlos à agência Lusa.

Tendo em conta o novo pacote de austeridade, anunciado no início do mês pelo primeiro-ministro, e o estado económico e social do país, o sindicalista admitiu que a possibilidade de uma greve geral “é uma matéria em reflexão, mas cuja decisão e confirmação passará sempre pela auscultação dos órgãos da CGTP”.

“Nenhuma forma de luta está excluída neste momento, mas essa decisão e altura para a concretizar cabe sempre ao Conselho Nacional e ao Plenário de Sindicatos da CGTP”, disse.

Arménio Carlos lembrou que o protesto deste sábado junto ao Palácio de Belém, com o lema ‘Mudar de política, Governo rua - Contra a exploração e o empobrecimento’, tem como objetivo exigir ao Presidente da República que antecipe as eleições legislativas.

“Os portugueses querem respostas para os problemas que os afectam, como os salários em atraso, o desemprego sem subsídio, os jovens sem emprego, mas o Presidente da República continua a sua fuga para a frente a falar do período pós-troika, quando todos sabemos que a austeridade vai continuar depois de 2014”, salientou.

“Quanto mais depressa os portugueses se puderem pronunciar, através de eleições, mais depressa teremos um novo rumo para o país, porque em democracia há sempre alternativas”, considerou o líder da Intersindical.

Mas, segundo o sindicalista, o Presidente Cavaco Silva e o Governo “têm medo de dar essa possibilidade aos portugueses”.

“Os problemas económicos e sociais e as medidas de austeridade são um problema de todos, que exigem uma resposta de todos”, disse, acrescentando que “a ofensiva em curso não afecta só os trabalhadores do sector público”.

A manifestação da CGTP em Belém é precedida de quatro pré-concentrações distritais e sectoriais (na Junqueira, no Restelo, em Pedrouços). Os trabalhadores da função pública, que já têm uma greve prevista para Junho, saem do Restelo.

A coordenadora da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP), Ana Avoila, disse à agência Lusa na segunda-feira que deverá anunciar este sábado uma greve para o sector a concretizar em meados de Junho, contra as novas medidas de austeridade que vão penalizar os funcionários públicos e os pensionistas.

A UGT decidiu, entretanto, apoiar a realização de uma greve geral na Administração Pública em Junho, em convergência com as restantes estruturas sindicais do sector, desde que a data fosse concertada.

Sugerir correcção
Comentar