"Vou querer que os meus filhos e depois os meus netos conheçam Harry Potter"

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Filme estreou em 95 salas portuguesas dr

Tinham sete anos quando Harry Potter chegou às salas. Hoje têm 17. Cresceram com ele. E preferiam não o largar. Esperaram ansiosamente pelo fim. Ontem viram o último episódio

O fim da saga tinha sido anunciado e o último episódio de Harry Potter já era esperado. O desfecho é que era desconhecido. Podia-se arriscar (com pouca margem para erro) que quem venceria o confronto final com o Lorde das Trevas (Lorde Voldemort) seria o herói da saga, Harry Potter. Mas a forma como o faria continuava a ser inesperada.

Esse espaço para o imprevisto, esse mistério, também torna a história do jovem feiticeiro única e especial para alguns jovens que ontem quiseram estar na estreia em Portugal do último episódio da saga que termina com Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 2, oitavo e último filme da série inspirada nos sete livros da britânica J. K. Rowling, o último dos quais (Harry Potter e as Relíquias da Morte) foi lançado em 2007.

"Nunca se sabe o que esperar, o que pode acontecer", diz Rafael Rangel. E essa é uma das razões porque gosta tanto da saga. Viu o primeiro filme "era muito miúdo". "Impressionou-me muito", conclui antes de entrar para a sala do Monumental.

Entre os jovens que esperam para as primeiras sessões da tarde dos cinemas El Corte Inglés, também em Lisboa, Andreia Pereira sobressai. É mais nova do que a maioria - tem 13 anos -, mas desde os três que se lembra de ver livros de Harry Potter que a irmã, hoje com 30 anos, tinha em casa. Lembra-se de, com cinco anos, ter um desses livros na mão e "muita vontade de aprender a ler" para poder lê-lo sozinha. Foi o primeiro livro que leu na escola primária. Carrega um saco, onde transporta as réplicas dos instrumentos dos aprendizes de feiticeiros da Escola de Magia de Hogwarts: a pedra filosofal, a varinha, o vira-tempo... E diz que tem muitos mais em casa. Para ela, esta é como uma história de amor que não tem que acabar. "Isto vai viver connosco até morrermos. Vou querer que os meus filhos e depois os meus netos conheçam Harry Potter", diz, séria.

Andreia não disfarça a excitação, mesmo se já viu o filme em anteestreia na véspera, às 21h30, no Centro Comercial Colombo - porque arranjou convites -, e voltou a vê-lo três horas depois, na primeira sessão de estreia, a da meia-noite, no Oeiras Parque. O pai acompanhou-a. "Fomos a correr de uma sessão para a outra." Deitaram-se às três da manhã.

"O fim está muito bem conseguido", diz, exemplificando com o que foi cortado ou reduzido do livro que já leu várias vezes (como todos os outros da série). "O final está mesmo épico", conclui, entusiasmada.

Crescer com eles

"Nós crescemos com eles e isso faz da saga algo único para nós", diz, por seu lado, Andreia Almeida, 17 anos, que conta que o irmão de 24 anos lhe pegou o vício. "Eles", com quem cresceram, são Harry Potter (o actor Daniel Radcliffe, hoje com 22 anos), Rony Weasley (Rupert Grint) e Hermione Granger (Emma Watson).

Andreia Almeida estava ansiosa pela estreia e marcou esta vinda ao cinema com amigos há mais de uma semana. "É uma coisa completamente diferente. Um mundo mágico que pega o olhar, que pega a mente."

"Eu já sabia que vinha ver o filme desde o ano passado", diz, a seu lado, Flávio Silva, 18 anos, apreciador dos filmes e dos seus efeitos visuais, mas também - e sobretudo - dos pormenores dos livros que leu e que não passam para a tela.

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