Cavaco ri-se por causa desta Bíblia

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O Presidente da República, Cavaco Silva, ri-se, depois de saber a história da Bíblia que segura: o burlão Alves dos Reis (que, em 1925, protagonizou a maior falsificação de notas em Portugal) convertera-se na prisão, depois de lhe terem oferecido este exemplar da Bíblia, e que ele sublinharia profusamente. A história é contada por Timóteo Cavaco, secretário-geral da Sociedade Bíblica Portuguesa (SBP), editora interconfessional que trabalha com o texto bíblico. A audiência de Cavaco à delegação da SBP, que integrou também o padre católico José Tolentino Mendonça, tradutor e exegeta da Bíblia, tinha sido pedida para assinalar os 200 anos da SB em Portugal. Na mesa, um dos exemplares é a primeira edição da SBP em português, de 1809, que pertenceu a D. Maria Ana de Saldanha, irmã do duque de Saldanha.

Duas outras bíblias têm duas balas incrustadas, resultado do levantamento de Fevereiro de 1927 contra a ditadura que instaurou o Estado Novo, e no qual morreram 70 pessoas. A montra da SBP, então no Largo Camões (Lisboa), um dos principais lugares de confronto, acabou por sofrer os efeitos do conflito. Nestes 200 anos, a SBP, inicialmente uma editora protestante, teve que enfrentar perseguições várias, num país de maioria católica. Nas últimas décadas, a editora passou a ser interconfessional. Em Portugal, a sua última edição é a da Bíblia para Todos, traduzida em português corrente.António Marujo

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