Syriza "muito satisfeito" com acordo da esquerda em Portugal
Partido de Alexis Tsipras fala em "apoio indispensável" aos esforços anti-austeridade conduzidos por Atenas a nível europeu.
O Syriza declarou-se nesta terça-feira "muito satisfeito" com o acordo entre os partidos de esquerda em Portugal por contribuir para a criação de "uma base programática" anti-austeridade favorável à resolução do "fardo insustentável" imposto aos países do sul.
Numa declaração escrita enviada à agência Lusa, Panos Trigazis, membro do comité central do Syriza, o partido de esquerda no poder na Grécia afirma também que um governo de esquerda anti-austeridade em Portugal será um "apoio indispensável" aos esforços conduzidos por Atenas a nível europeu e manifesta a expectativa de "desenvolvimentos semelhantes" em Espanha, que realiza eleições legislativas a 20 de Dezembro.
"Como partido de esquerda que trabalhou ao longo dos anos para a cooperação e acção comum das forças de esquerda na Europa numa base o mais ampla possível, o Syriza está muito satisfeito com os desenvolvimentos em Portugal", escreveu Trigazis, realçando "desde logo" o acordo entre o PS e o Bloco de Esquerda.
O dirigente político, que exerce também as funções de coordenador do Syriza para as relações internacionais, prosseguiu destacando "a viragem à esquerda ocorrida em vários países europeus" após a "vitória histórica" do Syriza em Janeiro na Grécia, a qual permitiu "a criação de uma base programática para programas de governo anti-austeridade e a favor da resolução do fardo insustentável sobre países e povos".
"Não partilhamos a perspectiva de alguns sectores da esquerda europeia de que a União Europeia (UE) não pode mudar. Pelo contrário, a Europa pode ser mudada e a UE pode ser refundada no sentido de uma Europa democrática, social, ecológica e pacífica, de Portugal à Rússia e da Finlândia a Chipre", afirmou.
O Partido Socialista (PS) português, segundo mais votado nas eleições de 4 de Outubro, concluiu acordos políticos com o Bloco de Esquerda (BE), o Partido Comunista Português (PCP) e o Partido Ecologista os Verdes (PEV) para a viabilização de um governo socialista.