PS apresenta moção de censura na próxima semana

Informação foi avançada pelo secretário nacional do partido, que explicou que o Executivo de Passos Coelho "falhou todos os objectivos a que se propôs".

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Para o PS, o Governo “falhou todos os objectivos a que se propôs” Adriano Miranda

“O PS quer que este Governo saia e que haja um novo Governo em Portugal, legitimado pelo voto dos portugueses”, disse João Ribeiro numa declaração feita aos jornalistas na sede do PS, em Lisboa. A moção de censura será discutida na primeira semana de Abril.

“O PSD fala em estabilidade, mas é o parceiro de coligação que pede uma remodelação governamental”, disse João Ribeiro, referindo-se às declarações de vários democratas-cristãos, que na véspera tinham defendido uma remodelação governamental, na comissão política do partido. “Há maior instabilidade do que uma maioria que já não acredita no seu próprio Governo? Essa é mais uma prova que o Governo acabou”, defendeu.

João Ribeiro criticou ainda o silêncio do PSD em relação a essas declarações. “O primeiro-ministro perdeu a sua capacidade de liderança e já nem os seus próprios ministros lhe reconhecem essa capacidade”. Para os socialistas, este Executivo está numa “situação de pré-rotura” e deve demitir-se “a bem de Portugal”.

A intenção de apresentar uma moção de censura ao Governo já tinha sido anunciada pelo secretário-geral do partido, António José Seguro, na reunião da comissão política do PS da última quinta-feira, com a justificação de que o “falhanço” das medidas que têm sido tomadas ter deixado o país numa situação de “pré-ruptura social”. A proposta foi aprovada por unanumidade entre os socialistas.

A reunião extraordinária da comissão política tinha sido convocada poucos dias depois de Seguro ter assumido a “ruptura” com o Governo de Passos Coelho. 

“O Governo falhou todos os objectivos”, disse Seguro aos dirigentes do PS e aos deputados. Depois de lembrar a apresentação dos resultados da sétima avaliação da troika pelo ministro das Finanças, Seguro acusou a equipa de Pedro Passos Coelho de oferecer “a uma geração inteira um futuro negro”. “Basta aos sacrifícios”, rematou.

Depois disso, Seguro disse ter enviado uma carta à troika a garantir que o PS não deixará de honrar os compromissos assumidos pelo Estado português” se for Governo.

No sábado, a vice-presidente social-democrata, Teresa Leal Coelho, acusou o PS de estar a “jogar com os mais sagrados instrumentos constitucionais” para promover a instabilidade e garantiu que o PSD cumprirá o actual mandato até ao fim e que não vacilará perante as tentativas de desestabilização da oposição. “Nem o tempo nem o mandato terminaram”, sublinhou, acrescentando que o Governo está “determinado a levar Portugal a bom porto”.