Jerónimo defende demissão do Governo ao invés de remodelação

Líder comunista diz que "remendo novo em pano velho não resulta".

Foto
"Devolver a palavra ao povo" é o que defende o líder do PCP Nuno Ferreira Santos

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu este domingo que a demissão do Governo é uma “urgência nacional” e que a substituição de ministros não é suficiente, porque “remendo novo em pano velho não resulta”.

 

“É preciso derrotar este Governo antes que este Governo dê cabo do resto. A sua demissão transforma-se numa urgência nacional”, afirmou Jerónimo de Sousa, ao discursar no final de um almoço-convívio em Viseu.

O líder comunista criticou que, “com o tempo e com o terreno a fugir-lhe debaixo dos pés”, o Governo vá “ensaiando uma manobra, pondo como lebres de corrida os comentadores do costume”, a anunciar que a solução passa por uma remodelação governamental, substituindo um ou outro ministro “mais queimado para ganhar um novo fôlego”.

“Diz o povo, e com razão, que remendo novo em pano velho não resulta. O mesmo acontecerá com uma remodelação que não tem sentido, porque não resolve coisa nenhuma”, frisou.

Na sua opinião, demitir o Governo e “devolver a palavra ao povo através de eleições é a primeira coisa a fazer no futuro próximo”.

A necessidade de uma remodelação do Governo foi defendida por várias vozes do CDS-PP – um dos partidos da coligação governamental – durante uma reunião da sua Comissão Política Nacional, no sábado à noite e madrugada de domingo.

Jerónimo de Sousa criticou o secretário-geral do PS por, a seguir ao anúncio da moção de censura ao Governo, ter garantido que vai manter os compromissos internacionais.

“Veio logo a correr, e creio que até escreveu à ‘troika’, a dizer que vai manter os seus compromissos internacionais, ou seja, que vai manter a sua identificação e subscrição com o chamado pacto de agressão. Mau sinal”, considerou.

Para o secretário-geral do PCP, “o primeiro compromisso a assumir é com os portugueses, com o país, antes de qualquer responsabilização perante a ‘troika’ e um acordo ilegítimo”.

Neste âmbito, defendeu a “necessidade de uma política patriótica e de esquerda que consiga retomar os caminhos da esperança” em Portugal.

“É necessária outra política. É fundamental romper com esta política de direita e rejeitar este pacto de agressão”, defendeu, apelando aos portugueses para que acabem com “a requentada alternância” entre PS e PSD.

 

Jerónimo de Sousa está convencido de que, “enquanto for aplicado esse pacto de agressão” em Portugal, “não há possibilidade de enveredar pelo caminho do crescimento, do desenvolvimento económico e da criação de emprego”.

“É um pacto de agressão rígido, duro como punhos, que impõe os despedimentos, a redução de salários, a redução das reformas e das pensões e o aumento dos impostos, com metas e com objetivos. E é por isso que a situação, cada vez mais, se está a agravar”, acrescentou.

 
 

Sugerir correcção
Comentar