Inquérito diário: Coligação volta a crescer e chega aos 7,2 pontos de vantagem sobre PS
Diferença entre as duas principais forças concorrentes às eleições de 4 de Outubro é a maior desde o início deste inquérito da Intercampus para o PÚBLICO, TVI e TSF. PAN lidera entre partidos sem representação parlamentar.
Na projecção com distribuição de indecisos, o PaF obtém 38,8 contra 31,6% do PS, sendo a diferença de 7,2 pontos entre as duas principais forças concorrentes às eleições legislativas de 4 de Outubro a maior da série de estudos iniciada em 21 de Setembro. Por outro lado, os 31,6% que o estudo reserva aos socialistas é o pior resultado do PS nesta série.
A Coligação Democrática Unitária (CDU), integrada pelo PCP e Os Verdes, consegue 8,2%, uma queda de 0,9 pontos face ao inquérito da véspera. Já o Bloco de Esquerda alcança 7,9%, mais quatro décimas que no estudo anterior. Nunca a CDU e BE estiveram separados por uma margem tão estreita, que é de apenas três décimas.
Os votos brancos e nulos mantêm-se nos 9,4%, enquanto outros partidos somados ficam nos 4%, uma décima mais que na véspera. Na projecção de votos antes da distribuição de indecisos há uma estabilização. Os indivíduos que afirmam não saber em quem vão votar ou que se recusam responder correspondem a 21,4%, o mesmo valor que no inquérito anterior.
Veja a evolução desta tracking poll
Na distribuição do voto por idades entre as duas principais forças concorrentes, a coligação de Passos Coelho e Paulo Portas lidera nas duas primeiras faixas etárias, ou seja, entre os 18 a 34 e 35 a 54 anos. Os socialistas de António Costa estão à frente nos eleitores de 55 ou mais anos.
Por regiões, mantém-se a distribuição do estudo da véspera. Isto é, a coligação de Passos e Portas lidera no Norte, Centro, Lisboa e Algarve. Já os socialistas de Costa continuam à frente no Alentejo. Na divisão por género, as propostas de Portugal à Frente são as preferidas tanto por homens como por mulheres.
Entre os partidos sem representação parlamentar, o PAN (Pessoas, Animais, Natureza) está à frente com 0,8%, seguido a uma décima pelo Partido Nacional Renovador (PNR). Em terceiro lugar, com 0,6%, está o Partido Democrático Republicano de Marinho e Pinto que nos últimos dois inquéritos liderava este ranking. O Livre/Tempo de Avançar aparece em quarto lugar, com 0,5%.
Ficha técnica
Sondagem realizada pela Intercampus para TVI, PÚBLICO e TSF com o objectivo de conhecer a opinião dos portugueses sobre diversos temas da política nacional incluindo a intenção de voto para as próximas eleições legislativas de 2015. O universo é constituído pela população portuguesa, com 18 e mais anos de idade, eleitoralmente recenseada, residente em Portugal continental. A amostra é constituída por 1025 entrevistas, recolhidas através de entrevista telefónica, através do sistema CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing). Os lares foram seleccionados aleatoriamente a partir de uma matriz de estratificação que compreende a Região (NUTS II). Os respondentes foram seleccionados através do método de quotas, com base numa matriz que cruzou as variáveis Sexo e Idade (3 grupos). Os trabalhos de campo decorreram entre 23 e 26 de Setembro de 2015. O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de ± 3,1%. A taxa de resposta obtida neste estudo foi de: 58,1%.
O que é uma tracking poll
Uma tracking poll é um inquérito diário, que, mais do que os números do dia, indica a evolução das tendências de subida e descida das intenções de voto nos partidos. Trata-se de um exercício com longa tradição nos Estados Unidos e que ganha especial relevância num cenário de grande imprevisibilidade de resultados.
“As sondagens são retratos do momento”, explica António Salvador, director-geral da empresa de estudos de mercado Intercampus. A tracking poll, por seu turno, é uma fotografia em movimento do impacto da campanha nos eleitores, uma “observação diária das percepções dos portugueses” a partir do estudo de uma amostra em permanente renovação.
No primeiro dia, 21 de Setembro, a Intercampus apresentou os resultados de 750 entrevistas telefónicas. No dia seguinte, foram realizadas mais 250 entrevistas que se somam às anteriores, perfazendo um total de 1000. Posteriormente, todos os dias são somadas outras 250 novas entrevistas e retiradas as 250 menos recentes, mantendo o total de cerca de 1000. O objectivo é renovar a amostra e evitar uma acumulação de respostas que iria diluir as variações diárias das intenções de voto.
A amostra, seleccionada aleatoriamente, é rigorosamente representativa da população de Portugal Continental em termos de género e de idade.
A 29 de Setembro, o PÚBLICO e a Intercampus vão divulgar uma última grande sondagem antes das legislativas de 4 de Outubro, com 1000 inquiridos a simular o voto em urna.