Marido da ministra das Finanças processado por insultos e ameaças a jornalista

António Albuquerque não gostou de artigo de opinião do Diário Económico e ameaçou e insultou o jornalista. Filipe Alves apresentou queixa no Ministério Público que ainda não abriu inquérito.

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Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças Nuno Ferreira Santos

A origem dessa troca de sms foi o artigo, publicado na edição de 22 de Setembro do Diário Económico, com o título "O que acontece se o Novo Banco for vendido com prejuízo?", em que Filipe Alves questiona as eventuais consequências para os contribuintes da venda do Novo Banco.

Fonte do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa confirmou ao PÚBLICO que a queixa foi apresentada terça-feira naquele departamento pelos crimes de difamação e injúrias. Tendo passado pouco tempo desde que foi recebida a participação, o DIAP ainda não ordenou a abertura de um inquérito-crime onde poderão ser apuradas as circunstâncias do caso.

De acordo com a revista Sábado, que avançou com a notícia, e com o jornal i, o jornalista recebeu várias mensagem de António Albuquerque, cujo teor foi confirmado pelo próprio, contendo algumas ameaças: “Tira a minha mulher da equação ou vou-te aos cornos” ou “Não sabes quem é que eu sou. Metes a minha mulher ao barulho e podes ter a certeza que vais parar ao hospital”.

Filipe Alves deu um prazo, por escrito, ao ex-colega para apresentar um pedido de desculpas, mas isso não aconteceu. Em troca, relata o i, António Albuquerque enviou uma carta ao jornalista a ameaçar com um processo por este ter descoberto a sua morada.

Confrontado pela Sábado e pelo i,  Albuquerque confirmou ser o autor das mensagens e recusou pedir desculpas: “Antes ser condenado”. Ao i, o marido da ministra acrescentou ainda que nunca fez pressões, mas admitiu que tratou mal dois jornalistas: Filipe Alves e António Costa, director do DE.

António Albuquerque foi director-executivo do Diário Económico durante alguns anos e, quando Maria Luís Albuquerque foi nomeada secretária de Estado do Tesouro, foi despromovido e passou a ser responsável pelos suplementos do jornal. Saiu em 2012 para a EDP. Actualmente é correspondente do grupo de comunicação moçambicano Soico.

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