Raquel S. trabalha a morte para ela não ser tão assustadora

Em Descansar, esta quarta e quinta no Rivoli, a dramaturga parte de um fascínio recente por cemitérios para reflectir sobre “a incomunicabilidade que os mortos estão sempre a apresentar-nos”.

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A peça é interpretada por Leonor Cabral (na foto) e Júlia Valente
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Na peça Descansar, a nova criação de Raquel S., uma mulher que acaba de morrer sente raiva por saber que na sua lápide inscreveram uma frase que, embora atribuída a ela, nunca proferiu. A ideia de que aquilo será lido pelos seus amigos quando forem visitar a campa no cemitério envergonha-a, atormenta-a. Pega no telefone vermelho que está preso por um fio, e que desceu do tecto, para ligar à pessoa responsável pela reprodução errónea do seu discurso. Queixa-se: “Só estás a colocar palavras na minha boca porque sabes que os mortos vão continuar mudos.”

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