Presidente da Câmara de Portimão vacinada contra a covid-19

A autarca não é profissional de saúde, mas proporciona visitas virtuais entre doentes e familiares no hospital de campanha.

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Isilda Gomes, presidente da Câmara Municipal de Portimão LUSA/LUÍS FORRA

A presidente da Câmara de Portimão, Isilda Gomes, foi uma das pessoas, não profissional de saúde, a ter direito, com carácter prioritário, à vacina contra a covid-19. “A presidente não se vacinou, vacinou-se a voluntária”, afirmou a autarca, a prestar serviço de apoio social no hospital de campanha instalado no pavilhão Arena. No seu entender, a função que está a desempenhar surge na sequência de outras actividades semelhantes, que tem desempenhado na área do apoio social. “Vocês vão ficar na história, por aquilo que estão a fazer”, foi o desabafo que registou, hoje, do familiar de um paciente do Alentejo.

Quando abriu o pavilhão Arena, no passado dia 10, “toda a gente [que trabalha naquele hospital de campanha] tinha de ser vacinada”, declarou a autarca ao PÚBLICO. Porque não foram vacinados os outros voluntários? “Naquela altura, eu era a única voluntária”, justificou. Na próxima leva, adiantou, “serão vacinados mais dois voluntários”, entre os quais o seu principal colaborador no Serviço Municipal de Protecção Civil, Filipe Bernardo. “Todos os dias estou aqui no pavilhão Arena”, sublinha, destacando a importância das visitas virtuais, para minimizar a dor de quem sofre numa cama e quem está longe. Isilda Gomes recebeu a primeira dose da vacina na sexta-feira, dia 8 de Janeiro, e a segunda foi-lhe ministrada na passada sexta-feira.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, que visitou esta segunda-feira o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), afirmou que não comentaria este ou outros casos, em concreto, limitando-se a fazer uma declaração de princípios: “Quando há desvios ou situações inaceitáveis – quando há vacinações que não devem ser dadas, porque não são grupos prioritários, isso é inaceitável, e com certeza a tolerância é zero”.

Na mesma cidade, na semana passada, metade dos dirigentes de um lar de Idosos de decidiram vacinar-se, alegando que o plano de vacinação “não exclui funcionários administrativos, nem corpos gerentes”, e os que foram vacinados, disseram, tinham “uma ligação directa com os utentes”.

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