Cocaína apreendida em Portugal quadruplicou em três anos
O Jornal de Notícias revela que o aumento de produção em alguns países e o facto de Portugal ser uma das portas de entrada na Europa explicam dados.
A quantidade de cocaína apreendida em Portugal aumentou desde há três anos, revela o Jornal de Notícias esta segunda-feira. Só nos primeiros dois meses foi apreendida quase tanta cocaína como em todo o ano passado.
Os aumentos devem-se ao crescimento da produção da cocaína (na Bolívia, Colômbia e no Peru), mas também ao facto de Portugal ser uma das portas de entrada na Europa, segundo disse ao JN o director da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, Artur Vaz. Apesar disso, o consumo em Portugal tem-se mantido estável, acrescenta o director do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Adictivos e nas Dependências, João Goulão. Para este especialista, o aumento das apreensões corresponde “a um aumento da eficácia das autoridades”.
Em 2016, as autoridades recuperaram uma tonelada de cocaína, em 2017 foi quase o dobro e em 2018 as apreensões ultrapassaram as cinco toneladas. Em Janeiro e Fevereiro deste ano, a Polícia Judiciária apreendeu 3,6 toneladas.
O Jornal de Notícias cita ainda o relatório de 2017 Combate ao Tráfico de Estupefacientes em Portugal em que já se destacava o “significativo aumento das quantidades apreendidas pela PJ e Agência Tributária relativamente ao ano anterior”.
Em entrevista, o director da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes diz que a “cooperação internacional é vital”, pois falamos de “organizações criminosas que actuam em vários continentes”.
A via marítima, revelou Artur Vaz, é “o meio utilizado pelas organizações criminosas para fazer chegar grandes quantidades de droga ao mercado”. “Portugal foi utilizado tradicionalmente por organizações criminosas pela sua posição geográfica e pela ligação aérea que tem a outros países, nomeadamente da América Latina. Há ainda um grande número de embarcações que fazem o transporte de mercadorias entre esta região e a Península Ibérica. Também somos um país próximo do Norte de África, onde se produz haxixe”.