Bispos portugueses rejeitam medidas excepcionais contra abusos sexuais de crianças

Igreja católica portuguesa diz que já existem directrizes para casos de abuso sexual e o importante é mantê-las activas.

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Rui Gaudencio

Os bispos portugueses afastaram esta terça-feira a aplicação de eventuais medidas excepcionais contra os abusos sexuais de crianças por padres católicos, invocando directrizes da Igreja de 2012.

"Não é necessário tomar medidas excepcionais, porque elas [medidas] estão bem vincadas numa linha de prevenção, de protecção, de atenção àqueles que foram prejudicados", afirmou, citado pela agência Ecclesia, o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), padre Manuel Barbosa, em conferência de imprensa após a reunião mensal do Conselho Permanente do organismo, em Fátima.

Segundo o porta-voz da CEP, organismo que reúne os bispos portugueses, as directrizes de 2012 do episcopado católico para os casos de abuso sexual de menores são claras e estão a ser aplicadas em Portugal, em coordenação com as orientações da Santa Sé, em Roma.

"É preciso mantê-las bem activas para que esses casos não aconteçam", sublinhou.

A agência Ecclesia refere que as normas, agrupadas em 51 pontos, respondem a "uma exigência" feita pela Congregação da Doutrina da Fé, organismo da Santa Sé que, em 2011, pediu aos episcopados católicos de todo o mundo a elaboração de directrizes para tratar os casos de abusos sexuais.

Manuel Barbosa assinalou, na conferência de imprensa, a intenção da Conferência Episcopal Portuguesa de "assumir e reforçar" o conteúdo da carta enviada pelos bispos ao papa a 3 de Setembro.

Na carta enviada ao líder da Igreja Católica, os bispos portugueses manifestam "total apoio" a Francisco e declaram-se disponíveis para seguir as suas orientações para erradicar "a chaga" do abuso sexual de crianças por padres.

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