Passos diz ter informado os portugueses de que “os sacrifícios ainda não terminaram”

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Passos: “fiz um dos discursos mais ingratos que um Primeiro-Ministro pode fazer"

“Fiz um dos discursos mais ingratos que um primeiro-Ministro pode fazer - informar os portugueses, que têm enfrentado com tanta coragem e responsabilidade este período tão difícil da nossa história, que os sacrifícios ainda não terminaram", escreveu na página do Facebook, na qual não publicava nada desde Junho e à qual regressou agora, um dia depois de ter anunciado ao país mais medidas que vão emagrecer os rendimentos dos trabalhadores, a partir de 2013.

Num texto em que termina com um 'Obrigado a todos' e que assina simplesmente Pedro

, o primeiro-ministro diz que não era o que gostaria de pode dizer aos portugueses, acrescentando saber que “não era o que gostariam de ouvir”.

E salienta: “o nosso país é hoje um exemplo de determinação e força, e esse é o resultado directo dos sacrifícios que todos temos feito. Porém, para muitos portugueses, em particular os mais jovens, essa recuperação não tem gerado aquilo que mais precisam neste momento: um emprego.”

“Quem está nessa situação”, acrescenta, “sabe bem que este é mais do que um problema financeiro - é um drama pessoal e familiar, e as medidas que anunciei ontem [sexta-feira] representam um passo necessário e incontornável no caminho de uma solução real e duradoura”.

Pedro Passos Coelho diz ver todos os dias o quanto o Governo já está a trabalhar “para corrigir os erros do passado, e a frustração” de não poder poupar os portugueses a estes sacrifícios é apenas suplantada pelo "orgulho” que diz ver, “uma vez mais, do que são feitos os portugueses”.

“Queria escrever-vos hoje, nesta página pessoal, não como primeiro-ministro mas como cidadão e como pai, para vos dizer apenas isto: esta história não acaba assim. Não baixaremos os braços até o trabalho estar feito, e nunca esqueceremos que os nossos filhos nos estão a ver, e que é por eles e para eles que continuaremos, hoje, amanhã e enquanto for necessário, a sacrificar tanto para recuperar um Portugal onde eles não precisarão de o fazer”, termina numa mensagem colocada pelas 00h15.

O PÚBLICO apurou que Pedro Passos Coelho tem agendada para quinta-feira uma entrevista à RTP para explicar as medidas que anunciou na passada sexta-feira.

Foi também no Facebook que milhares de pessoas deixaram a sua reacção às medidas anunciadas na sexta-feira, com a contestação a ganhar força e volume através das redes sociais na Internet. Aliás, à hora da publicação deste texto, e pouco mais de uma hora depois de Passos Coelho ter deixado o seu comentário no Facebook, mais de 2600 pessoas já tinham deixado um comentário no texto que o primeiro-ministro deixou neste regresso dele às redes sociais.