É Natal também nos livros
Neve, trenós, chaminés, lareiras e renas compõem um cenário que pouco tem que ver com a nossa geografia. Mas não importa, a imaginação leva-nos ao Pólo Norte.
Um livro do Advento com histórias sobre a vida do Pai Natal e outro com ímanes à volta dos preparativos para a noite de Natal são duas sugestões de leitura para estes dias de festa.
É certo que já estamos a dia 7 de Dezembro e o Advento começa no dia 1, mas ainda se vai muito a tempo de recuperar a primeira semana destas crónicas ternas e divertidas. São curtas.
Na capa, há 24 abas para levantar, a cada uma corresponde o número da página para onde o leitor se deve encaminhar para ler a história respectiva. E assim se tem a experiência de começar um livro pela página 39, como dita a aba do dia 1, com a crónica “Dezembro já chegou”.
Fica aqui o início da crónica: “Muitas pessoas não sabem isto, mas se formos até ao Pólo Norte e olharmos numa certa direcção, veremos uma casa com muitas janelas, persianas verdes e um telhado coberto de neve. É lá que o Pai Natal vive com a sua esposa, Carol, a sua gata, Estrela, e o seu cão, Faísca. Se olharmos para o outro lado, veremos uma casa mais pequena com uma porta vermelha e persianas da mesma cor. É lá que vivem os elfos do Pai Natal. Neste momento, estão muito ocupados. Muitas pessoas não sabem isto, mas o mês de Dezembro, no Pólo Norte, é uma correria.”
São histórias breves que podem ser lidas em família ou por leitores já autónomos, que vão certamente achar graça à busca pela “janela” do dia e a andarem para a frente e para trás dentro do livro.
Quase todas as crónicas terminam assim, com uma espécie de canção: “É Natal, é Natal por todo o lado…/ Que divertido é ir dormir e num novo dia ser acordado!/ Boa noite, meus docinhos… Esperem só para ver o que o amanhã trará.” Seguindo-se sempre a frase: “E sim, amanhã, tu também irás descobrir.”
A história que corresponde ao dia de hoje, 7, está na página 9 e aí se fica a saber que a irmã mal-humorada do Pai Natal se dirige para o Pólo Norte. O que o deixa inquieto: “Eu sei que a Maud é a minha irmã mais velha e adoro-a de coração… Mas é tão mandona.” Título da crónica apropriado: “Problemas.”
John Townsend é americano e já escreveu mais de 300 livros, “desde leituras rápidas a romances, não-ficção, peças de teatro, poemas, livros ilustrados e esquemas de leitura para escolas”, escreve-se no seu site.
O ilustrador, James Newman Gray, nasceu em Sheffield (Inglaterra) e estudou Ilustração na Universidade de Wolverhampton. Passou a infância a desenhar e a pintar. Já adulto, colaborou com várias editoras de cartões de felicitações, tendo de trabalhar com personagens de marca, mas também em ilustração original.
Considera que foi essa experiência que o ajudou a desenvolver muitos estilos diferentes e a trabalhar também em meios muito diversos. Ilustra sobretudo digitalmente, mas gosta de usar tintas de vez em quando.
Voltando ao livro, o texto de 24 de Dezembro, da véspera do grande dia, está na página 35 e chama-se “É esta noite”. Começa assim: “Silêncio, a noite chegou. Muitas pessoas não sabem isto, mas o Pai Natal está prestes a voar por entre as nuvens. O seu trenó está carregado de presentes e oito renas puxam-no pela neve. Eles estão a caminho.”
Boa viagem.
Cada coisa no seu lugar (ou não)
O livro de ímanes (destinado a crianças com mais de três anos por questões de segurança, já que tem peças pequenas) pode funcionar como um dicionário visual. São quatro contextos, com pequenas legendas como “o coelho de peluche da Elsa descobriu uma estrela brilhante no céu” ou “aconchegada na sua cama, uma criança sonha com um anjo de Natal…” ou ainda “os presentes põem-se debaixo da árvore de Natal”.
A proposta é que a criança coloque os ímanes nos locais adequados, estimulando a sua capacidade de fazer a ligação entre palavra, imagem e contexto.
Depois, pode subverter-se tudo isso, brincar e rir. Pôr, por exemplo, o boneco de neve debaixo da árvore, o trenó na prateleira e a estrela do céu na barriga do peluche. Divirtam-se.