Cartas ao director

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Se Miguel Guimarães metesse a mão na consciência...

Se Miguel Guimarães, actual deputado do PSD e ex-bastonário da Ordem dos Médicos, de 2017 a 2023, metesse a mão na consciência e fosse intelectualmente honesto só poderia ter vergonha pela forma consciente e permanente como, pelas atitudes tomadas enquanto bastonário da Ordem dos Médicos, contribuiu deliberadamente para a situação em que se encontra hoje o SNS.

Miguel Guimarães deveria pensar muito e analisar melhor as declarações que agora faz, porque ele contribuiu muitíssimo para a situação actual porque, numa visão puramente cooperativista, sempre foi contra o aumento do número de alunos nos cursos de medicina existentes e contra a criação de novos cursos de medicina.

Infelizmente, Miguel Guimarães, como tantos outros, esquece-se facilmente do que disse no passado recente, se isso lhe for conveniente. Miguel Guimarães, como tantos outros, deveria ter mais cuidado com as afirmações que faz, porque, doutra forma, é intelectualmente desonesto.

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

Sejam claros

Gostava muito de aproveitar esta oportunidade que o PÚBLICO me oferece e pedir aos políticos para, quando falam para a maioria do 'povão' a que eu pertenço e a minha tia Nazaré que está lá na aldeia da Beira Baixa a tratar da horta para sobreviver, que sejam claros e falem a nossa linguagem e não a linguagem dos que não dizendo, querem dizer.

Por outras palavras. Que sejam claros e não deixem os “ses” que nós não percebemos na gaveta, por exemplo, quando dizem que vão dar mais dinheiro aos reformados, mas que não podem ter outras pensões apesar de justas.

Quando nos prometem um passe mensal de 20 euros para andar nos comboios que não existem e que, quando existem, chegando à estação no meio do nada, não há como ir à povoação mais próxima.

Ou até quando nos prometem médicos para daqui a 10 anos ou melhores condições para as crianças nascerem nas ambulâncias.

Por favor. Falem a linguagem de quem os elege.

José Rebelo, Costa de Caparica

Feira do livro no Porto

Estacionar foi um caos, os parques estavam todos assoberbados. Depois de uma volta aos leões lá se apanhou um desistente que libertou um lugar à porta do Palácio. À entrada, um grupo de lesados do BES com cartazes à espera de Marcelo e sem grande vontade para selfies.

Ao cheiro de alfarrabistas, ouvimos Gisela João, interrompida a cada estrofe pelo cantar de galos de crista vermelha que ocuparam os jardins. Ao fundo, uma fila maior! Mais um autor a dar autógrafos, imaginei! Claro que não! Apenas uma marca conhecida de gin a promover de borla o seu artigo com pepino.

No horizonte, a ponte da Arrábida, a foz e o pôr do sol a iluminar da mesma forma novos, velhos, ricos e pobres. Disputavam, de igual para igual, quem mais conseguia carregar debaixo do braço e sem saco mais exemplares comprados. Verdade! A Feira tem tudo isso e tem também milhares de livros. Vale a pena visitar.

Miguel Guerra, Vila Nova de Gaia

Acesso à Universidade – boas notícias, algumas com reverso

Estas são alturas de expectativas relevantes para os jovens candidatos, que reflectem as políticas gerais de educação e formação. Felicitações aos que, merecidamente, ingressam no ensino superior. O país bem precisa deles.

Mas há aspectos que insistimos em ignorar. O último colocado em Engenharia Aeroespacial, na Universidade do Porto, entrou com 19,45. As médias dos restantes candidatos ao mesmo curso, naquela universidade, são (ainda) superiores. Não há nada de errado nisto? Muitas das nossas escolas secundárias transformaram-se em escolas de vintes. Aparentemente, isto incomoda poucos. Não é o meu caso.

Também se saúda o aumento do número de candidatos a cursos de formação de professores. Parece que as médias de entrada variam entre 11,3, em Bragança, e 15,6, no Porto. Para quem lida, há décadas, com os alunos do secundário, isto significa que alunos menos dotados e muitos deles muito mal preparados, no final do ensino secundário, serão os futuros professores (quem sabe se com boas notas de formatura). Dura realidade. E triste.

Também isto não é motivo de discussão. Só impertinentes podem referir o assunto.

Pois eu refiro.

José Batista d’Ascenção, Braga

A nossa indústria aeroespacial

O curso com mais procura onde, portanto, as notas de entrada foram mais altas – 19,45 na FEUP e 19,14 na Universidade do Minho – foi engenharia aeroespacial. Compreende-se bem esta preferência dos nossos jovens dado o desenvolvimento que a indústria aeroespacial tem tido em Portugal de que destaco, num exemplo entre imensos, a conhecida vaca voadora de António Costa que voou de Lisboa para Bruxelas num ápice.

Jorge Mónica, Parede

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