SNS: os piores cegos…

Insistir em remunerações à hora, incentivando regimes de sobrecarga e perda de qualidade, revela enorme insensibilidade e espírito mercantilista que só pode complicar ainda mais a vida ao SNS.

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Muito já se escreveu e disse sobre a crise que afecta o Serviço Nacional de Saúde. Lamentavelmente, no centro das preocupações e escândalos está o que deveria ser excepcional – o atendimento nos serviços de urgência. Se na obstetrícia e assistência aos partos isso é inevitável, pois é geralmente a natureza a determinar a “horinha”, já nos casos de doença aguda ou agudizada, esse serviço deveria ser a excepção, e não a regra para qualquer achaque ou mal-estar. No SNS, o diagnóstico e tratamento médico e cirúrgico e a acessibilidade às consultas do médico assistente (em centros de saúde ou hospitais) é que deveriam ser o centro da maior atenção, e as regras para isso funcionar bem são substancialmente diferentes das que levam a reduzir os escândalos com o tempo de espera na urgência. Será aí que se consegue proporcionar cuidados adequados aos cidadãos de todas as idades, mostrando que se é mais bem diagnosticado e tratado por quem já nos conhece do que numa consulta de ocasião por um médico que está lá hoje, mas não noutro dia qualquer.

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