Vitória SC intocável à conquista da Europa

Melhor arranque da história dos minhotos pode ser determinante frente ao Zrinsjki Mostar no acesso à fase mais apetecível da Liga Conferência da UEFA.

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Vitória SC procura sétimo triunfo consecutivo da época ESTELA SILVA / LUSA
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Depois de um arranque histórico, o mais bem-sucedido em quase 102 anos de existência, o Vitória SC enfrenta, esta tarde (17h45, SPTV), na Liga Conferência, um dos grandes desafios da temporada: o acesso ao núcleo duro da Liga Conferência. Isto, depois de uma pequena maratona de pré-eliminatórias que culminam no play-off frente aos bósnios do Zrinjski Mostar, cujo jogo da primeira mão terá como palco o Estádio D. Afonso Henriques, no coração de Guimarães.

Rui Borges, a nova paixão dos vitorianos - depois de uma temporada atípica, com cinco técnicos diferentes -, não se esqueceu de fazer os trabalhos de casa e, perante a euforia que ameaça invadir o castelo, reforçada pelos seis triunfos consecutivos nos primeiros seis jogos oficiais de 2024-25, contrapôs com o pragmatismo emprestado por dados objectivos e incontornáveis.

“O Zrinjski Mostar venceu cinco campeonatos nos últimos dez anos, acumulou mais experiência europeia nesse período - com 49 jogos oficiais contra 30 dos vitorianos - e conseguiu, na última edição da Liga Conferência, empatar com os ingleses do Aston Villa e vencer os neerlandeses do AZ Alkmaar!”, recordou o treinador de 43 anos, natural de Mirandela, que na estreia no escalão maior do futebol português levou o Moreirense ao sexto lugar.

Com isto, Rui Borges pretendeu relembrar que o melhor arranque de sempre - sem contar com três triunfos imaculados na pré-época (Portimonense, Middlesbrough e Rayo Vallecano, todos por 2-0) - pode acabar abruptamente, se os “conquistadores” menosprezarem o trajecto do próximo adversário, “fisicamente muito forte, rápido e organizado”.

Até ver, com quatro triunfos na Liga Conferência (eliminou os malteses do Floriana e os suíços do FC Zurique) o Vitória continua com a baliza intocável e, consequentemente, no topo da classificação do campeonato, a par de Sporting, FC Porto, Famalicão e Moreirense, as únicas equipas invictas na Liga.

Uma campanha que pode e deve ser comparada com outras igualmente empolgantes do passado. E, no que diz respeito a inícios arrebatadores, estamos conversados. A vitória na recepção ao Estoril confirmou o melhor arranque da história dos vimaranenses, superando a marca de 2019-20, conseguida sob a liderança técnica de Ivo Vieira, que interrompeu a marcha triunfal ao sexto jogo, empatando (1-1) frente ao Boavista, à segunda jornada da I Liga - a primeira ronda, com o Rio Ave, foi adiada, tendo os minhotos disputado um encontro para a Taça da Liga, que venceram.

Nessa temporada, imediatamente antes da pandemia, o Vitória SC teve um início de temporada igualmente marcado pelas pré-eliminatórias europeias, então para a Liga Europa. E também imaculado, sem qualquer golo consentido.

Antes, houve sequências igualmente vitoriosas, mas nunca no início de campeonato. A melhor, em 1989-90, teve a assinatura de Paulo Autuori, com seis triunfos no campeonato e um na Taça de Portugal, iniciada à 9.ª ronda e interrompida por um empate (1-1) nas Antas, frente ao FC Porto de Artur Jorge, que se sagraria campeão. Em bom rigor, se recuarmos até 1939-40, ano marcado pelo início da II Guerra Mundial, verificamos que o Vitória SC obteve sete triunfos consecutivos. Mas a conjuntura era totalmente diferente, com a equipa a militar na II Divisão da Série Minho.

De qualquer modo, esse registo passará definitivamente à história, caso a ambição pedida por Rui Borges, necessária para mobilizar a equipa da cidade-berço, seja factor determinante frente ao Zrinsjki Mostar. Um jogo que o treinador isola do contexto, recuperando a velha máxima do jogo a jogo. De preferência sem golos sofridos, para facilitar a viagem à Bósnia e Herzegovina.

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