Os problemas dos sistemas de saúde são estruturais e resultam da ação combinada de transformações positivas e de dificuldades específicas. O aumento da esperança média de vida, o desenvolvimento tecnológico e a complexificação das respostas são constrangimentos muito positivos que explicam parte da pressão sobre o sistema, enquanto a capacidade de atrair e manter profissionais fragiliza de forma sistemática a resposta da rede. Escrevo sistema porque o problema não se circunscreve ao Serviço Nacional de Saúde português, mas, pelo contrário, suscita uma questão de fundo: como é que, nas nossas sociedades, financiamos uma despesa com saúde que crescerá sempre a um ritmo muito significativo?