Está grávida e quer viajar? Saiba que cuidados deve ter

A melhor época é por volta do segundo trimestre (14 a 28 semanas). Então, a energia retorna, os enjoos desaparecem ou melhoram e ainda não existe grande limitação da locomoção.

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Deve informar-se acerca das instituições com assistência adequada, no local para onde viaja Asad Photo Maldives/pexels
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Quando uma grávida necessita de viajar, a primeira pergunta que faz é se é seguro. Na maioria dos casos é possível fazê-lo com segurança, independentemente do meio de transporte, até perto da data prevista para o parto, na ausência de complicações.

A melhor época para viajar é por volta do segundo trimestre (14 a 28 semanas). Durante essas semanas, a energia retorna, os enjoos desaparecem ou melhoram e ainda não existe grande limitação da locomoção.

Se é o seu caso, deve falar ao seu médico obstetra sobre essa intenção e idealmente fazer uma consulta antes da data da viagem. Ele pode, para além de confirmar a data provável de parto (40 semanas), excluir problemas ou complicações, como por exemplo o risco de pré-eclâmpsia, de hemorragias ou de parto pré-termo.

O estado vacinal deve ser verificado e, dependendo do país, avaliado o risco de doenças como por exemplo malária e zika, podendo ser recomendadas novas vacinas. Deve viajar com as informações clínicas relativas à sua gravidez e, se necessário, pode ser realizado um resumo em inglês com os dados clínicos mais importantes.

A gravidez é um fator de risco importante de trombose venosa. Se estiver a planear uma viagem longa, com uma duração superior a quatro horas, deve adotar algumas medidas para reduzir esse risco: beba muitos líquidos, sem açúcar ou cafeína; use roupas e sapatos confortáveis; caminhe e faça alongamentos de forma frequente; e pondere com o seu médico o uso de meias de compressão adequadas.

Deve informar-se acerca das instituições com assistência adequada, no local para onde viaja. Pode pretender fazer férias numa ilha paradisíaca com umas condições hoteleiras de luxo, mas não se esqueça de verificar se há uma unidade de saúde com assistência obstétrica, pois uma complicação pode sempre ocorrer em qualquer fase da gravidez, mesmo nas férias.

Se viajar para o espaço europeu, deve solicitar, com tempo, o cartão europeu de saúde e, se tiver um seguro de saúde, deve informar-se sobre o tipo de cobertura conferida no país de destino. Pode, ainda, ponderar a realização de um seguro de viagem com proteção médica.

O tipo de transporte influencia os cuidados a ter? Além dos cuidados já referidos, deve alimentar-se regularmente e, dependendo do tipo de transporte, deve:

  • Carro

Usar sempre o cinto de segurança, sendo que as fitas devem ser colocadas abaixo e acima da barriga, e fazer paragens de duas em duas horas.

  • Avião

Levar uma declaração do seu médico a indicar que pode voar. A maioria das companhias aéreas permite que voe até cerca de 36 semanas de gravidez, no entanto, deve informar-se, sobretudo nos voos de longo curso. Reforçar a hidratação, uma vez que a humidade relativa de cabine é muito baixa. Se possível, reservar um lugar no corredor, já que facilita o esticar as pernas e levantar-se, podendo assim alongar e caminhar periodicamente. Quando sentada deve usar o cinto sempre, uma vez que as turbulências podem acontecer sem aviso. Apesar de ser uma preocupação, os estudos demonstraram que as radiações de elevada altitude não representam perigo para a gravidez.

  • Navio

Os cruzeiros devem ser evitados. Nem mesmo o navio mais luxuoso tem cuidados obstétricos. Já o enjoo marítimo pode ser outro inconveniente.

Concluindo, se tem intenções de viajar, em trabalho ou lazer, pode fazê-lo com segurança, sobretudo se tiver em atenção todos os cuidados atrás referidos.


O autor escreve segundo o Acordo Ortográfico de 1990

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