De Godard ao audiovisual: uma contradição chamada A-PV
Numa noite de 1985 incensou Jean-Luc Godard na TV, nos seus dias como poder quis que o audiovisual encostasse o cinema à box. Retrato de um cineasta contraditório na teoria e na prática.
Na noite de 29 de Junho de 1985, António-Pedro Vasconcelos foi ao noticiário que costumava então encerrar as emissões da RTP. Horas antes, um desejo de auto-de-fé morara, tímido mas desavergonhado, junto às instalações da Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, clamando contra os hereges, os "intelectualóides", aqueles que, naquela casa que funcionava com o dinheiro do Estado, ofendiam o povo português ao programar Eu Vos Saúdo, Maria, de Jean-Luc Godard. A sessão estava esgotada. Era o filme de que se falava, havia perfume de escândalo.
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