Mãe de Dani Alves divulga identidade da mulher que acusou futebolista de agressão sexual

O Ministério Público de Barcelona está a estudar as imagens divulgadas pela mãe do jogador, que poderá ter de responder criminalmente pela identificação da jovem que acusou o filho de violação.

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Quando foi detido, Dani Alves alinhava pelo Pumas, equipa do campeonato mexicano, que rescindiu unilateralmente o contrato com o atleta Reuters/HENRY ROMERO/arquivo
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A mãe de Dani Alves, que se encontra em prisão preventiva e a aguardar o resultado do julgamento, depois de ter sido acusado de agressão sexual, em Janeiro do ano passado, recorreu às redes sociais para defender a tese de que o filho está a ser alvo de uma falsa queixa. Para tal, publicou vídeos que mostram a queixosa, identificando-a, a divertir-se, no seu último aniversário, com um grupo de amigas, avaliando que o comportamento da jovem é estranho para quem se diz traumatizada.

A advogada da queixosa, Ester García, emitiu um comunicado, na quinta-feira, anunciando que vai interpor “uma acção judicial contra todas as pessoas ou meios de comunicação social que divulguem as imagens da sua cliente ou forneçam qualquer informação, directa ou indirecta, que permita a sua identificação”, noticiou a Servimedia. “É lamentável que, até hoje, continuem a tentar destruir as pessoas que se atrevem a denunciar”, declarou a causídica.

A divulgação de vídeos e dados pessoais da mulher viola a ordem do 15.º Tribunal de Instrução de Barcelona, mas também o estatuto da vítima em Espanha, e o Ministério Público de Barcelona está a estudar a divulgação das imagens, sendo expectável que a iniciativa da mãe do futebolista brasileiro venha a ser abordada durante o julgamento, previsto para os dias 5, 6 e 7 de Fevereiro.

A mãe voltou a recorrer às redes sociais para se defender, apresentando as declarações da sua advogada, Graciele Queiroz, que avalia que, por um lado, a divulgação dos vídeos não constitui crime e que, por outro, é necessário “investigar o passado e o presente dessa mulher”.

Dani Alves, que se encontra em prisão preventiva desde 20 de Janeiro do ano passado, é acusado de ter agredido sexualmente uma mulher na casa de banho da zona VIP de uma discoteca de Barcelona na madrugada de 31 de Dezembro. A queixosa acusa o jogador de a apalpar sem consentimento, alegando que Dani Alves chegou a forçar toques em zonas íntimas por dentro da roupa interior.

Acompanhada por amigos, a mulher informou os seguranças da discoteca, que activaram o protocolo do estabelecimento e accionaram as autoridades catalãs. Os Mossos d'Esquadra (polícia catalã) recolheram o depoimento da jovem, que avançaria com uma queixa formal contra o jogador no dia 2 de Janeiro.

Um jornal digital espanhol adiantou, na época, que o sistema de videovigilância do espaço captou o jogador a partilhar a casa de banho com a queixosa durante 47 segundos, tendo sido nesses momentos que os alegados abusos ocorreram. Depois destes instantes, jogador e queixosa deixam a casa de banho juntos e regressam aos grupos de amigos. Dez minutos depois, o jogador despede-se e abandona a discoteca. A mulher é vista a chorar após chegar ao seu grupo, sendo posteriormente acompanhada até aos seguranças.

Inicialmente, o jogador negou qualquer contacto com a mulher, mas análises a vestígios de sémen no corpo e roupas da jovem revelaram compatibilidade genética com Dani Alves, que acabou por mudar as suas declarações, dizendo que teve sexo oral com a queixosa na casa de banho da discoteca, ressalvando que o acto foi consensual. Já em tribunal foi o seu advogado a admitir que houve penetração consentida.

Em Agosto, Dani Alves foi formalmente acusado, tendo o procurador pedido uma pena de prisão de nove anos, ordens de restrição para Alves após a pena de prisão e uma indemnização de 150 mil euros.

O lateral era, em Janeiro de 2023, o terceiro jogador com mais internacionalizações na história da selecção brasileira, somando 41 troféus durante a longa carreira. Esteve no FC Barcelona durante nove temporadas, representando também o Sevilha, a Juventus, o Paris Saint-Germain e o São Paulo. Quando foi detido, alinhava pelo Pumas, equipa do campeonato mexicano, que rescindiu unilateralmente o contrato com o atleta.

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