Decisão sobre acção do príncipe Harry contra o Mirror vai ser conhecida na sexta-feira

Caso, que envolve cerca de uma centena de figuras públicas, inclui acusações de escutas telefónicas ilegais.

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Harry afirma que foi uma vítima da MGN durante 15 anos e pede uma indemnização de cerca de 440 mil libras (511 mil euros) Reuters/HANNAH MCKAY
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O príncipe Harry vai saber nesta sexta-feira se ganhou o seu processo contra o grupo editorial Mirror Group Newspapers (MGN), um caso sobre escutas telefónicas ilegais que levou o filho mais novo do rei Carlos a testemunhar em tribunal.

Harry — que se tornou o primeiro membro da realeza britânica em 130 anos a comparecer como testemunha em tribunal — está a processar a MGN, a editora do Daily Mirror, Sunday Mirror e Sunday People, no Supremo Tribunal de Londres.

O príncipe e cerca de cem outros requerentes — que também incluem actores, estrelas do desporto, celebridades e pessoas que simplesmente tinham uma ligação a figuras de alto nível — estão a mover uma acção legal por alegações de interceptação telefónica e recolha ilegal de informação entre 1991 e 2011.

Os queixosos alegam que editores e executivos de topo da MGN sabiam e aprovaram os actos ilícitos. A MGN, propriedade da Reach, afirma que a acusação não apresentou provas que sustentem essa teoria.

No caso do duque de Sussex, quinto na linha de sucessão ao trono, Harry afirma que foi uma vítima da MGN durante 15 anos a partir de 1996 e pede uma indemnização de cerca de 440 mil libras (511 mil euros).

Desde que abandonou os deveres reais e se mudou para a Califórnia com a sua mulher Meghan, Harry tem travado uma guerra contra a imprensa tablóide britânica, acusando-a de o ter sujeitado e a outros a anos de assédio, intimidação e abuso.

O caso MGN é um dos quatro contra jornais em que o duque está actualmente envolvido, e o julgamento de sexta-feira será a decisão mais significativa até agora das acções que interpôs.

Depois de um dia e meio no banco das testemunhas, a ser interrogado sobre as suas alegações contra a MGN, disse que se sentiria injustiçado se o tribunal não concluísse que foi vítima de chantagem.

Embora o grupo editorial tenha admitido, durante o julgamento, que Harry foi, numa ocasião, vítima de recolha ilícita de informação, reconhecendo o seu direito a uma indemnização de apenas 500 libras (580€), o advogado da MGN disse que não havia provas de que o telefone do príncipe tivesse sido pirateado.

O advogado da editora também argumentou que algumas das informações pessoais contidas nos artigos publicados pelos jornais provinham de ou tinham sido dadas com o consentimento de assessores do Palácio de Buckingham; ou eram simplesmente baseadas em pormenores já tornados públicos.