Edição neerlandesa de livro diz que foi Carlos quem fez comentários racistas sobre futura prole de Harry

Autor acusa a tradução de ter cometido um erro. Jornalistas nos Países Baixos, que tiveram acesso ao texto, dizem ser um erro impossível.

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O príncipe britânico Harry confirmou que houve conversas sobre a tonalidade da pele dos seus futuros filhos EPA/Andy Rain
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Harry e Meghan revelaram, na entrevista que deram a Oprah, em Março de 2021, que alguém no seio da família real terá questionado o tom da pele de um futuro filho de ambos. Agora, uma biografia do jornalista britânico Omid Scobie, que já escrevera Finding Freedom, sobre a saída dos duques de Sussex do “negócio” da família, confirma essa conversa e até acrescenta que não foi uma pessoa a tecer os comentários racistas, mas duas. Só que, na edição publicada nos Países Baixos, a identidade de um desses dois foi revelada, alertaram jornalistas neerlandeses, que tiveram acesso ao livro. A RTL escreve que quem colocou a questão foi o pai de Harry, Carlos, entretanto tornado rei.

Imediatamente, o livro, que tem o título de Endgame, foi retirado da venda ao público. A Xander Publishers confirmou, nesta terça-feira, que recebeu um pedido dos EUA para suspender abruptamente as vendas da biografia no país europeu. “Não posso falar sobre os pormenores”, disse um porta-voz da editora ao Daily Mail, confirmando, porém, a solicitação: “Recebemos um pedido para suspender o título e foi isso que fizemos.”

Entretanto, Omid Scobie garantiu ao talk show RTL Boulevard que não mencionou nenhum nome no seu livro. "O livro está em várias línguas e infelizmente eu não falo neerlandês. Mas se houver erros de tradução, a editora corrigi-los-á. Eu escrevi a versão inglesa. Não há nenhuma versão minha em que sejam mencionados nomes", declarou.

Mas os jornalistas que tiveram acesso à versão inicial confirmaram que a narrativa denunciava Carlos como o autor dos comentários. E alegam que é um erro de tradução impossível, questionando se não terá sido enviada, por erro, uma versão não editada para tradução naquele país.

Em Março de 2021, um ano após o casal ter saído do Reino Unido, Meghan lamentou-se na entrevista a Oprah o facto de Archie não ter recebido o título de príncipe, o que implicava menos protecção, aproveitando para chamar a atenção que “o primeiro membro de cor desta família não era titulado da mesma forma que os outros netos”. A duquesa recordou ainda que chegou a haver conversas sobre o quão escuro viria a ser um bebé seu. “Eram conversas que a família tinha com ele [Harry].”

O príncipe escusou-se a dar detalhes, mas não deixou de confirmar que essas conversas existiram. “Na altura, foi embaraçoso, fiquei um pouco chocado”, recordou, acrescentando que essa conversa aconteceu “logo no início” da relação. Apesar de não ter revelado a identidade dos envolvidos, terá confidenciado os seus nomes a Oprah, à margem da entrevista, que garantiu, depois, que nem a rainha Isabel nem o príncipe Filipe estariam em causa.

Na época, o Palácio de Buckingham emitiu uma declaração em que se lia que as alegações de racismo feitas pela ex-actriz norte-americana eram “preocupantes” seriam levadas “muito a sério”. Já o irmão de Harry e príncipe herdeiro, William, recusou a ideia: “Não somos uma família racista”, disse aos jornalistas.

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