Além de Carlos, edição neerlandesa de livro diz que foi Kate quem fez comentários racistas, denuncia Piers Morgan

Edição neerlandesa da biografia de Omid Scobie chegou às livrarias com os nomes dos membros da família que teceram comentários racistas. Piers Morgan decidiu que os britânicos deviam saber quais são.

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Harry e Meghan durante a entrevista que cederam a Oprah Reuters/HARPO PRODUCTIONS/arquivo
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O jornalista britânico Piers Morgan continua a não acreditar em nada do que Meghan diz. Mas também não está disposto a ocultar as identidades dos membros da família real que, segundo a duquesa, teceram comentários racistas e que foram reveladas nos Países Baixos. “Francamente, se os neerlandeses que entram numa livraria podem pegar no livro e ver estes nomes, então vocês — os britânicos aqui, que pagam para a família real britânica — também têm o direito de saber.” Além de Carlos, revelou Morgan, a edição que foi posta à venda em neerlandês fala de Kate Middleton, a mulher do príncipe William, o herdeiro do trono.

A imprensa neerlandesa, que o PÚBLICO citou numa notícia desta quarta-feira, já tinha revelado o nome de Carlos como um dos autores dos comentários racistas a propósito da futura prole do príncipe Harry. Mas, no Reino Unido, os media que noticiaram a inclusão dos nomes na edição à venda nos Países Baixos optaram por ocultar a identidade do monarca, tal como as edições inglesa ou traduzidas noutras línguas da biografia de Omid Scobie.

O autor de Endgame atesta, ao longo da narrativa, saber que foram duas pessoas a elaborar teorias sobre a tonalidade da pele que os filhos de Harry e Meghan viriam a ter, além de garantir conhecer as suas identidades. Escreveu Scobie nessas edições: “Mesmo depois de Meghan e Carlos terem discutido, por carta, sobre o provável preconceito inconsciente dentro da família, depois de ter sido revelado que [nome ocultado] participou em tais conversas sobre Archie, [nome ocultado] evitou discutir o assunto com [nome ocultado]”.

Riscar os nomes, explicou Scobie, terá sido uma obrigatoriedade legal: “As leis do Reino Unido impedem-me de dizer quem são”. Mas Piers Morgan, no seu talk show Piers Morgan Uncensored, avançou com ambas as identidades.

Morgan, de 58 anos, explicou aos seus telespectadores que, apesar de não “acreditar que algum comentário racista tenha sido feito por qualquer membro da família real”, sentiu que os seus concidadãos tinham o direito de saber informações a que apenas um punhado de leitores de outro país teve acesso inadvertidamente.

A inclusão dos nomes na edição neerlandesa fez com que o livro fosse retirado de circulação. A Xander Publishers confirmou, na terça-feira, que recebeu um pedido dos EUA para suspender abruptamente as vendas da biografia nos Países Baixos. “Recebemos um pedido para suspender o título e foi isso que fizemos”, disse um porta-voz da editora ao Daily Mail.

Entretanto, Omid Scobie garantiu ao talk show RTL Boulevard que não mencionou nenhum nome na biografia que se debruça sobre a família real desde a morte da rainha Isabel II, em Setembro de 2022. “O livro está em várias línguas e infelizmente eu não falo neerlandês. Mas se houver erros de tradução, a editora corrigi-los-á. Eu escrevi a versão inglesa. Não há nenhuma versão minha em que sejam mencionados nomes”, declarou.

Mas os jornalistas que tiveram acesso à versão com nomes alegam que é um erro de tradução impossível, questionando se não terá sido enviada, por erro, uma versão não editada para tradução naquele país.

Em Março de 2021, um ano após o casal ter saído do Reino Unido, Meghan lamentou-se na entrevista a Oprah o facto de Archie não ter recebido o título de príncipe, o que implicava menos protecção, aproveitando para chamar a atenção que “o primeiro membro de cor desta família não era titulado da mesma forma que os outros netos”. A duquesa recordou ainda que chegou a haver conversas sobre o quão escuro viria a ser um bebé seu. “Eram conversas que a família tinha com ele [Harry].”

O príncipe escusou-se a dar detalhes, mas não deixou de confirmar que essas conversas existiram. “Na altura, foi embaraçoso, fiquei um pouco chocado”, recordou, acrescentando que essa conversa aconteceu “logo no início” da relação. Apesar de não ter revelado a identidade dos envolvidos, terá confidenciado os seus nomes a Oprah, à margem da entrevista, que garantiu, depois, que nem a rainha Isabel nem o príncipe Filipe estariam em causa.

Na época, o Palácio de Buckingham emitiu uma declaração em que se lia que as alegações de racismo feitas pela ex-actriz norte-americana eram “preocupantes” seriam levadas “muito a sério”. Já o irmão de Harry e príncipe herdeiro, William, recusou a ideia: “Não somos uma família racista”, disse aos jornalistas.

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