Peluche perdido inspirou livro infantil que ajuda a ensinar inglês e português
A Ovelhinha Perdida ou Baa Goes Missing (em inglês) foi editado em Junho em Portugal e é o resultado de vários cursos de escrita criativa da antiga professora Teresa Dangerfield.
Era só uma fotografia de um boneco de peluche esquecido num banco de jardim, mas foi suficiente para inspirar Teresa Dangerfield, residente no Reino Unido, a escrever uma história para crianças. O livro infantil A Ovelhinha Perdida foi editado em versão bilingue português-inglês.
A Ovelhinha Perdida ou Baa Goes Missing (em inglês) foi editado em Junho em Portugal e é o resultado de vários cursos de escrita criativa da antiga professora nascida, em 1956, em Lisboa. “A ideia surgiu de uma fotografia que uma amiga me enviou de um brinquedo perdido, uma ovelhinha de peluche, num banco do jardim. Sugeriu que eu escrevesse uma história”, conta a autora à agência Lusa.
Assim fez e o livro, ilustrado por Paulo Fernandes, conta o esforço de várias pessoas e as respectivas peripécias para encontrar o dono de uma ovelha de peluche esquecido por uma menina num banco de jardim.
Após um primeiro esboço, a autora dedicou-se a investigar sobre temas pertinentes para a história, como a questão da perda, importância dos brinquedos para as crianças, as características de diferentes animais e até encontrou um artigo de jornal sobre uma cadeia de hotéis que descobriu que muitos dos peluches esquecidos eram de adultos e não de crianças.
Foi a editora Trinta por uma linha que sugeriu fazer uma versão bilingue e Teresa Dangerfield aceitou, até pela experiência que teve como professora de língua portuguesa no Reino Unido. “É muito importante para as crianças que não dominam bem uma língua. Quando dava aulas, escrevia histórias para ensinar o vocabulário e depois fazia fichas bilingues. Foi uma coisa com a qual me preocupei”, assevera.
A proprietária da livraria online Miúda Books sediada em Londres, Gabriela Ruivo, explica à Lusa que os livros infantis bilingues português-inglês têm vários públicos. “Os pais portugueses procuram para as crianças que vivem aqui [no Reino Unido] poderem ler nas duas línguas, mas há adultos britânicos que compram porque estão a aprender a língua portuguesa é uma ajuda para os iniciantes poderem comparar o vocabulário.”
Outro tipo de cliente dos livros bilingues, acrescenta, são famílias mistas de portugueses e britânicos porque “permitem que os dois pais possam interagir com o mesmo livro”.
Aos 67 anos, este é o primeiro livro para o público infanto-juvenil de Teresa Dangerfield, que tem publicado textos de prosa poética e contos em colectâneas e revistas. Recentemente foi premiada com o segundo lugar no Prémio Literário Hernâni Cidade 2023, atribuído pela Câmara de Municipal de Redondo.
Embora resida em Londres há 37 anos, Teresa Dangerfield continua a escrever em português porque, confessa, escrever na sua língua “é uma coisa que sai mais natural”.