Aos 96 anos, apaixonaram-se a jogar bilhar e casaram-se para serem felizes para sempre

Doris Kriks e Carl W. Kruse conheceram-se numa casa de repouso. Mas nenhum deles, apesar dos 96 anos, é amigo de descansar. E foi entre as várias actividades que partilham que se apaixonaram.

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Doris Kirks-Kruse e Carl W. Kruse jogam bilhar quase todas as manhãs desde que se conheceram há dois anos e meio Good Samaritan Society
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Os norte-americanos Doris Kriks e Carl W. Kruse casaram-se a 15 de Outubro, certos de que, aos 96 anos, ainda têm muito para dar um ao outro, sendo notícia na estação televisiva local.

Quatro dezenas de amigos e familiares assistiram à cerimónia, durante a qual Doris quase chorou. “Quando entrei na igreja, apeteceu-me chorar”, confidenciou a mulher, explicando o quão “maravilhoso” foi ver os familiares de ambos a conhecerem-se uns aos outros.

Mas este não foi um casamento fácil. A primeira vez que Carl se propôs, Doris, “uma mulher independente”, como se autodescreve, não hesitou e respondeu “não”. Mas Carl não se sentiu desmoralizado com a recusa. “Apesar de ela ter dito ‘não’ uma vez, tentei outra vez. Não desisto assim tão facilmente...”

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Doris Kirks-Kruse e Carl W. Kruse trocaram votos a 15 de outubro de 2023 Carl D. Kruse
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Os noivos oficializaram o seu casamento com um beijo a 15 de outubro de 2023 Carl D. Kruse

Quando recebeu a nova proposta, Doris não deu logo resposta. Em vez disso, pôs-se a pensar nos prós — “ele não ia tentar mudar-me e eu não ia tentar mudá-lo” — e nos contras (que não encontrou). Contou à família e o filho perguntou-lhe: “Porque não?”

A pergunta do filho invadiu-lhe o pensamento. E do “porque não?” chegou ao “sim”, relatou ao KCTV5, canal televisivo sediado em Kansas, Missuri, filial da CBS, que deu a notícia em primeira mão.

Do bilhar ao altar

Carl W. Kruse já era residente na comunidade sénior Cedar Lake Village, em Olathe, Kansas, há uma década quando Doris Kriks chegou, há dois anos e meio, conta o The Washington Post. Ele lembra-se da primeira vez que a viu como se fosse hoje: estava a jogar bilhar e a mulher juntou-se ao jogo, mostrando uma tacada que o impressionou.

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Doris Kirks-Kruse e Carl W. Kruse apaixonaram-se à volta da mesa de bilhar Good Samaritan Society

Depressa o jogo passou a uni-los. “Jogamos todas as manhãs, excepto ao domingo, e eu jogo há mais de 80 anos. Gosto do jogo e o Carl também”, contou Doris, numa entrevista ao USA Today. E as conversas à volta da mesa de bilhar revelaram que tinham mais em comum do que a idade: os dois eram viúvos, tinham um amor particular pela música (ele toca violino, ela, piano) e partilhavam a mesma fé. “Ela era mulher de um pastor, por isso conhecia a casa paroquial e o meu pai era pastor, por isso cresci numa casa paroquial”, contou Carl na mesma conversa.

Não se tratou de um caso de amor à primeira tacada, mas descobriram que se sentiam cada vez mais atraídos um pelo outro a cada jogo de bilhar partilhado ou de cada vez que se juntavam para tocar, no átrio, todas as sextas-feiras depois do jogo de basebol do centro​.

A aproximação não passou despercebida. Rob Million, administrador da Cedar Lake Village, disse que tanto os funcionários como os residentes repararam que o casal passava muito tempo junto. “Há dois anos, quando os vi pela primeira vez a tocar juntos, comentei com um dos meus colegas de trabalho que formavam um belo casal”, lembra Million, citado pelo Post.

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Carl W. Kruse e Doris Kirks-Kruse actuam juntos todas as sextas-feiras na comunidade de idosos Cedar Lake Village em Olathe, Kansas Good Samaritan Society

Até que confessaram os sentimentos um ao outro. Afinal, explica Doris: “Não há razão para nos sentarmos sozinhos numa sala e ficarmos isolados.” Depois, veio a vontade de passarem ainda mais tempo juntos, mas, brincam, não queriam mudar-se para um apartamento comum sem que tivessem o papel passado. “Num lugar como este, isso seria uma coisa muito boa para as pessoas criarem mexericos.”

Agora, casados e a coabitarem no apartamento 218, estão decididos a viver felizes para sempre e a tirar o maior proveito do tempo que ainda têm pela frente, seja ele qual for. “Ainda há muito que se pode fazer quando se envelhece”, diz Carl. “É importante aprender a descer a colina com elegância. O meu objectivo agora é não me queixar das coisas que não posso fazer, mas desfrutar das que posso fazer.”


* com The Washington Post

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