Presidente de Israel adia visita a Portugal prevista para início de Novembro

Marcelo Rebelo de Sousa falou na manhã deste domingo ao telefone com o congénere israelita, Isaac Herzog.

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Na recente visita de Estado à Bélgica, o Presidente disse que Portugal "tem sido claro na condenação que houve do ataque terrorista do Hamas" em território israelita LUSA/JOSE COELHO

O Presidente de Israel, Isaac Herzog, adiou uma visita a Portugal que estava prevista para o início de Novembro, informou este domingo o chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa. De acordo com uma nota divulgada na página oficial de Belém, "o Presidente da República falou esta manhã ao telefone com o seu congénere israelita, Isaac Herzog, a pedido deste".

"O Presidente de Israel queria explicar o adiamento da visita a Portugal (que estava prevista para início de Novembro), bem como informar o Presidente português da posição do seu país sobre a situação actual", refere a nota.

De acordo com o mesmo texto, o Presidente de Israel "agradeceu a condenação imediata dos ataques terroristas por Portugal". "Marcelo Rebelo de Sousa falou da posição portuguesa, no quadro dos valores e princípios internacionais e constitucionais. Foi naturalmente considerada a relevância das vidas humanas envolvidas", acrescenta o texto.

Na semana passada, durante a sua visita de Estado à Bélgica, o Presidente da República considerou que Portugal "tem sido claro na condenação que houve do ataque terrorista do Hamas" de 7 de Outubro em território israelita, defendendo o "direito legítimo de resposta de Israel em relação ao Hamas", mas separando este grupo islamita do "povo palestiniano como um todo" e condenando "condutas e comportamentos que ao atingir vítimas civis inocentes são obviamente deploráveis".

"Foi claro, como foi a União Europeia, quando disse que há resoluções das Nações Unidas quanto a dois Estados [de Israel e da Palestina]. Elas estão de pé", acrescentou então Marcelo Rebelo de Sousa.

O grupo islamita Hamas lançou em 7 de Outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infra-estruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e electricidade. O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.

Em Janeiro de 2020, Marcelo Rebelo de Sousa deslocou-se a Israel para participar no 5.º Fórum Mundial do Holocausto, em Jerusalém, e chegou a planear uma troca de visitas de Estado com o seu homólogo israelita, na altura Reuven Rivlin.

Nessa ocasião, o chefe de Estado português manifestou vontade de regressar a Israel para a inauguração da Praça Aristides de Sousa Mendes e anunciou ter convidado o seu homólogo Israelita "a visitar Portugal, se possível até ao fim do ano" de 2020, o que não se concretizou. Reuven Rivlin foi substituído no cargo de Presidente de Israel em Julho de 2021 por Isaac Herzog.