Três anos de Cura com três jantares a quatro mãos

Hans Neuner, Ricardo Costa e Henrique Sá Pessoa são três chefs com duas estrelas Michelin, cada um, e juntam-se a Pedro Pena Bastos para desenharem menus que serão uma “homenagem” a Portugal.

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Pedro Pena Bastos conquistou em 2021 a primeira estrela Michelin para o Cura DR
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O restaurante Cura, no Ritz Four Seasons Hotel Lisboa, tem porta para a rua DR

Três noites, três jantares a quatro mãos, constituídos por oito momentos, para celebrar os três anos do restaurante Cura no Ritz Four Seasons Hotel Lisboa. Foi assim que o chef Pedro Pena Bastos e a sua equipa, como faz questão de frisar, imaginou os festejos e, para tal, convidou três camaradas que em comum têm a conquista de duas estrelas Michelin. A saber: o austríaco Hans Neuner, do Restaurante Ocean, no Algarve — que já foi eleito o “melhor restaurante do mundo” —; Ricardo Costa, do The Yeatman, no Porto; e Henrique Sá Pessoa, do Alma, em Lisboa. Os dias são 11, 12 e 13, para Neuner, Costa e Sá Pessoa, respectivamente. Sempre acompanhados por Pena Bastos.

“Tal como no nosso menu, pretendemos prestar uma homenagem de Norte a Sul do país”, diz o anfitrião destes jantares à Fugas, mantendo um “profundo respeito pelos ingredientes locais e sazonais”. Porquê a escolha destes cozinheiros? São nomes que marcaram a sua carreira, responde Pedro Pena Bastos, por e-mail.

Este “trio de jantares será o começo de uma nova fase do Cura, e toda a equipa está muito entusiasmada”, refere o chef em comunicado de imprensa. “Estamos cada vez mais a trabalhar numa identidade mais portuguesa, virada para o futuro”, revela à Fugas.

Apesar da pandemia — “o Cura abriu numa altura onde se questionava tudo” —, o projecto tem vindo a crescer a um “ritmo constante” e focado numa “identidade gastronómica portuguesa”. E diz: “As alturas mais atribuladas são quando, acredito eu, surgem novas ideias e necessidades de uma reinterpretação, quer pelos projectos onde nos queremos inserir, quer pela forma como nos exprimimos enquanto pessoas e profissionais.”

O conceito do restaurante, que recebe sobretudo clientes portugueses, embora os do hotel também passem por lá, está em “constante desenvolvimento e reinvenção”, diz Pena Bastos, que esteve na Herdade do Esporão até 2018; regressou a Lisboa onde abriu o Ceia; e conquistou uma estrela Michelin para o Cura em 2021. “Temos vindo a crescer a um ritmo constante, desafiando-nos todos os dias com novos pratos e uma exploração de uma identidade gastronómica portuguesa, virada para o futuro, onde cada vez mais prezamos o ser português, o local, as memórias e sensações que simples pratos e sabores nos trazem”, escreve à Fugas, acrescentando que este é um caminho que quer continuar a trilhar. “Queremos continuar neste caminho inconformista de querer fazer mais e melhor, sentindo a responsabilidade de sermos embaixadores de um país com formas de receber e servir, quer pelas pessoas, quer pelos pratos, muito únicas e distintas de muitos”, declara.

Pegando no nome do espaço, o cozinheiro reforça que acredita na “valorização do nacional, da nossa génese de sermos portugueses e capazes de ‘curar’ quem nos visita, deixando uma marca memorável nas suas vidas”. No dia-a-dia, o Cura propõe três menus de degustação, sempre ao jantar, um deles vegetariano. O mais completo chama-se Origens e é uma viagem pelos sabores portugueses.

Hans Neuner está no Ocean, no Vila Vita Parc Resort & Spa, em Alporcinhos, no Algarve, desde 2007, e aposta nos produtos locais com os quais compõe os seus menus. Foi em 2009 que o austríaco conquistou a primeira estrela Michelin, a segunda chegou dois anos depois.

Ricardo Costa, no The Yeatman, em Vila Nova de Gaia, conquistou a segunda estrela em 2017 e, também ele, privilegia a cozinha portuguesa, recorrendo a receitas tradicionais que prepara com um estilo mais contemporâneo. Seguindo as actuais tendências, na sua ementa também tem um menu vegetariano.

Por último, Henrique Sá Pessoa tornou-se uma referência não só na cozinha mas também nos ecrãs, com vários programas de culinária. O Alma é o projecto que nasceu em 2009 e foi em 2018 que conquistou a sua segunda estrela Michelin.

Voltando ao Cura, Pedro Pena Bastos conclui: “Espero que os próximos três anos sejam ainda mais desafiantes, contribuindo assim para conseguirmos expressar ainda melhor aquilo que queremos ser.”

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