Mãe pinta Barbie com estrias para mostrar à filha que é “normal”

Kate Claxton, de 35 anos, decidiu pintar a Barbie da sua filha com estrias, depois de ter sofrido com inseguranças sobre o seu próprio corpo no pós-parto.

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A britânica é mãe de uma menina de três anos INSTAGRAM/Kate Claxton
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A boneca Barbie original, lançada em 1959, apresentava pernas compridas, uma cintura pequena e madeixas loiras. Porém, uma mãe de Towcester, Northamptonshire, no Reino Unido, não se sentia representada na boneca com que a filha brincava, acusando o brinquedo de mostrar que as mulheres têm de ter “proporções perfeitas”.

Kate Claxton, que sofreu uma depressão pós-parto, começou a odiar o seu corpo e as marcas que tinham ficado da gravidez. Foi então que decidiu pintar estrias a verniz na Barbie da sua filha, fã da boneca, para ver a reacção da menina de três anos. “Decidi pintar as marcas na Barbie, depois vesti a boneca e encorajei-a a trocar a roupa da boneca, mas ela não comentou as estrias, o que eu acho que é bom, já são normais para ela”, revela à BBC.

A mãe de 35 anos conta que, apesar de já existirem versões desta boneca “mais inclusivas”, não encontrava nenhuma que representasse as estrias que tantas mulheres têm. Em declarações à BBC, defende que “adoraria que os fabricantes fizessem Barbies com estrias, para passar a mensagem de que não existe motivo para preocupação”.

Contudo, a Mattel, a empresa norte-americana que se notabilizou por este brinquedo, introduziu, nos últimos anos, uma gama de bonecas, entre elas Barbies com síndrome de Down, um aparelho auditivo, um membro protésico e uma cadeira de rodas, na tentativa de as tornar mais diversas. Anteriormente, a empresa tinha sido criticada pelo facto de a Barbie tradicional não representar as mulheres reais.

A antiga directora de teatro é também autora de um livro infantil, A Minha Mãe É Um Tigre, que escreveu quando a filha tinha apenas três meses. A história fala sobre uma menina que descobre o porquê de a mãe ter “riscas”, desmistificando o estigma à volta das estrias. Já foram vendidos cerca de 13 mil exemplares em todo o mundo.

Claxton realça ainda que “as crianças que leram o livro perguntaram às mães se elas tinham riscas e isso deu confiança a muitas mulheres para mostrar as suas estrias aos filhos e ao resto do mundo”. Actualmente, está a trabalhar na escrita de outros livros infantis, incluindo um sobre a normalização dos corpos na praia.

A autora lembra que “é muito importante expor as nossas crianças a tanta diversidade quanto possível". E assevera: “Quero que a minha filha cresça a reconhecer todas as diferentes formas de ser ‘normal’.” Acrescenta ainda, em relação à filha, que “ela sabe que a mãe tem estrias e que não são nada de especial" e espera que “não se preocupe se as tiver quando for mais velha”.

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