Barbie homenageia as mulheres que se destacaram na luta contra a covid-19
Uma das eleitas para ser Barbie foi a professora Sarah Gilbert, responsável pela criação da vacina contra a covid-19, desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido.
A Mattel criou várias bonecas para homenagear as heroínas da luta contra a covid-19. Uma das eleitas foi a professora Sarah Gilbert, responsável pela criação da vacina contra a covid-19 da Universidade de Oxford, no Reino Unido. “Primeiro estranha-se, depois entranha-se”, dizia Fernando Pessoa ─ assim foi com a cientista que primeiro achou “muito estranha” a criação, mas depois a elogiou na missão de inspirar os mais pequenos.
Este novo modelo Sarah Gilbert faz parte de uma colecção de seis bonecas inspirada nas mulheres da ciência, tecnologia, engenharia e matemática (Stem, na sigla original) que deram contributos importantes durante a pandemia do novo coronavírus. A enfermeira Amy O’Sullivan, que tratou o primeiro doente com covid-19 nas urgências do Hospital Wycoff em Brooklyn, Nova Iorque, EUA, é outra das homenageadas, bem como a médica australiana Kirby Whitby, que fundou a “Gowns for Doctors”, uma bata que pode ser lavada e reutilizada.
Também a médica Audrey Cruz, de Las Vegas, nos EUA, foi inspiração para uma Barbie, pelo trabalho realizado, em cooperação com outros profissionais de saúde ásio-americanos, na luta contra o estigma e a discriminação racial durante a pandemia. A psiquiatra Chika Stacy Oriuwa, da Universidade de Toronto, no Canadá, foi igualmente escolhida pela sua missão na luta contra o racismo no sistema de saúde. Por fim, há também uma Barbie dedicada à investigadora em biomedicina Jacqueline Goes de Jesus, que liderou a investigação de uma nova variante do vírus no Brasil.
“Inspirar a próxima geração de meninas”
Mais do que um mero brinquedo, a professora Sarah Gilbert quer que a sua Barbie “mostre às crianças carreiras que não conheçam”, como a sua, a criar vacinas. “Sou apaixonada pela ideia de inspirar a próxima geração de meninas a seguir as carreiras de ‘Stem’ e espero que as crianças que vejam as minha Barbie percebam o quão vitais são as carreiras da ciência para ajudar o mundo à nossa volta”, sublinhou, em comunicado, citado pela BBC.
A cientista de Oxford começou a trabalhar numa vacina para o novo coronavírus, no início de 2020, mal a pandemia assolou o mundo. Este ano, foi distinguida por Isabel II e recebeu o título de Dama. A vacina criada pela equipa liderada pelos investigadores Sarah Gilbert e Andy Pollard é a AstraZeneca, que é administrada em mais de 170 países.
Nos últimos anos, a marca de brinquedos Mattel tem procurado contrariar a ideia de que a Barbie serviria para perpetuar o estereótipo irrealista de o que deve ser uma mulher. Por isso, tem criado bonecas com novos tons de pele, formatos de olhos diferentes e tipos de corpos variados. Surgiram também novas profissões, sem ser a típica enfermeira ou cozinheira, como surfista ou bombeira. Em 2017, foi, aliás, lançada a primeira Barbie com “hijab” e, em 2019, a pioneira dos direitos civis Rosa Parks também foi imortalizada em boneca. No início de 2021 foi a vez da poetisa, escritora e activista norte-americana Maya Angelou se juntar à lista de mulheres inspiradoras distinguidas pela marca.
A colecção de bonecas inspiradas na mulheres que destacaram na luta contra a covid-19 vai ao encontro do projecto “Meninas na Ciência” da Barbie, que atribui uma bolsa de estudo de 3000 euros a uma jovem que se destaque nestas áreas para ingressar num curso de Ciências ou Tecnologias da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Lisboa. As inscrições estão abertas até 15 de Agosto, na página do projecto.