Portugal ganha três lugares e sobe para 39.º no ranking da competitividade IMD

País recupera de uma queda de seis lugares na edição 2022. Política fiscal, mercado de trabalho práticas de gestão e finanças públicas são considerados os problemas mais prementes.

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António Costa Silva e António Costa (da direita para a esquerda), durante uma visita a uma fábrica portuguesa de bicicletas eléctricas LUSA/PAULO NOVAIS (arquivo)

A economia portuguesa subiu três lugares, para a 39.ª posição, do ranking mundial da competitividade IMD, liderado pela Dinamarca, Irlanda e Suíça, e a política fiscal e o mercado de trabalho surgem como as piores classificações do país.

"Escalando três posições face a 2022, Portugal surge no 39.º lugar do estudo publicado pelo Centro de Competitividade Mundial do IMD (...). Recuperando de uma queda de seis lugares no ano passado, o país fica ainda assim três posições abaixo do resultado obtido em 2021 (36.º)", indicou, em comunicado, o IMD.

Esta avaliação, que abrange 64 economias globais, é agora liderada pela Dinamarca, Irlanda e Suíça, com Singapura e os Países Baixos a fecharem os cinco primeiros lugares. Nos últimos cinco lugares figuram o Brasil (60.º), a África do Sul (61.º), a Mongólia (62.º), a Argentina (63.º) e a Venezuela (64.º).

Portugal registou melhorias em dois dos quatro indicadores-chave. No desempenho económico passou do 46.º lugar para o 42.º, ao passo que na eficiência empresarial está agora na 41.ª posição (42.ª em 2022).

Na eficiência governativa mantém-se em 43.º lugar e no factor infra-estruturas, o país desce dois lugares (32.º).

De acordo com a mesma nota, Portugal destacou-se positivamente em sub-factores como a educação (23.º lugar), quadro social (24.º), comércio internacional (26.º) e saúde e ambiente (27.º).

No sentido oposto, as piores pontuações verificaram-se em matérias de política fiscal (54.º posição), mercado de trabalho (51.º), práticas de gestão empresarial (51.º) e finanças públicas (49.ª).

"A melhoria de Portugal na classificação geral deve-se, em grande medida, aos progressos significativos em termos de desempenho económico, nomeadamente nos sub-factores economia mundial e comércio internacional. Portugal também apresenta um bom desempenho em alguns aspectos de eficiência empresarial, tais como a produtividade geral, o crescimento a longo prazo da força de trabalho, o índice da bolsa de valores e a eficiência da resposta do sector privado às oportunidades e ameaças do mercado", aponta, citado no mesmo comunicado, o economista sénior do Centro de Competitividade Mundial do IMD (​WCC), José Caballero.

No que se refere aos desafios para Portugal, o estudo destaca a garantia de um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) superior à média da União Europeia.

Soma-se a necessidade de desenvolver uma estratégia para promover as competências de gestão, transformação digital e transição energética, bem como um acordo interpartidário sobre estratégias para questões demográficas, como o envelhecimento e a baixa taxa de natalidade.

Por outro lado, Portugal deve "encorajar reformas na justiça, saúde, educação e segurança social que possam promover serviços públicos de qualidade e reduzir o endividamento económico".

A análise revelou também que os níveis globais de confiança das empresas "são pouco animadores", considerado o resultado de um inquérito de opinião executiva de competitividade mundial, um dos dados enquadrados no relatório.

Os riscos de recessão, abrandamento económico, pressões inflacionistas e conflitos geopolíticos superam as preocupações com os temas ambientais e com as alterações climáticas.