A Feira dos Vinhos e Sabores dos Altos está de regresso a Alijó, de 16 a 18 de Junho, com o objectivo de "divulgar os vinhos colhidos no planalto duriense". Ao longo dos três dias da feira, vão estar presentes 45 produtores de vinho do concelho de Alijó, além de expositores de produtos locais, nomeadamente azeite, pão, bola de carne, mel e frutos secos.
"Este é um outro Douro que damos a conhecer, onde os vinhos brancos protagonizam um papel de destaque e que é menos divulgado e reconhecido na região", sublinha o presidente da autarquia, José Rodrigues Paredes, citado em nota de imprensa. O objectivo da feira passa por "alterar este paradigma". "O Douro, principalmente a cotas mais elevadas, consegue colocar no mercado vinhos de excelência, de grande qualidade e com uma personalidade única", defende.
"Alijó tem acolhido, nos últimos anos, uma nova geração de produtores com uma identidade muito própria que ousou criar vinhos que fogem ao perfil habitual do Douro. São produtores que estão instalados no planalto de Alijó, uma zona mais fresca do Douro que, durante muito tempo, esteve fora do radar", acrescenta. Estes Vinhos dos Altos são produzidos por cerca de 30 produtores-engarrafadores, dos 70 existentes no concelho, em cotas mais altas, entre os 500 e 700 metros de altitude.
Uma das novidades desta edição da feira é "o arranque de uma aposta estratégica da autarquia que visa a criação da marca Vinhos dos Altos, com o objectivo de promover o território e potenciar este nicho de mercado", revela o município em comunicado. "Vamos criar uma marca chapéu que permita acomodar e ajudar a promover todos os produtos endógenos do concelho de Alijó", acrescenta o autarca.
A feira inclui ainda um seminário dedicado ao impacto das alterações climáticas no Douro, nomeadamente os prejuízos provocados pela queda de granizo na produção de vinho. Será neste contexto que vai ser apresentado um sistema antigranizo, um projecto que representa um investimento de 1,2 milhões de euros e que junta os municípios de Alijó e de Sabrosa, a Associação dos Viticultores Profissionais do Douro (Prodouro) e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
O projecto, reclamado há vários anos pela Prodouro e viticultores, deverá estar implementado dentro de um ano e tem como objectivo, segundo José Rodrigues Paredes, "defender não só a cultura da vinha, mas todas as culturas integradas na sua área de acção". De acordo com o autarca, a tecnologia em causa "consiste no uso de um radar de grande amplitude" e na colocação de 24 estações meteorológicas fixas em locais previamente estudados pela equipa de projecto.
Segundo explicou, o radar tem como função detectar a aproximação da massa de ar, a ameaça que é o granizo, sendo depois emitido um sinal para as estações meteorológicas que "disparam para a atmosfera um balão de hélio, que transporta uma carga de sais minerais, que dissolvem o gelo e cai água em vez de granizo". "Eu comprometi-me com este projecto e quero executá-lo, com ou sem fundos comunitários. Obviamente que se conseguirmos comparticipação de fundos comunitários será substancialmente mais fácil a sua execução", aponta.
De acordo com a autarquia, cerca "de 80% a 90% da facturação do concelho tem origem no sector vitivinícola", o que "comprova o importante peso económico do vinho na região, com forte repercussão ao nível do turismo". Segundo dados do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), Alijó é o concelho com maior produção de vinho (em litros) da Região Demarcada do Douro, tendo produzido 25.639.800 litros em 2022.
O programa da feira inclui o concurso escolha de imprensa Vinhos dos Altos, provas comentadas de vinhos, palestras, showcooking dedicado a tapas e petiscos de polvo galego, numa zona de restauração preparada para receber os visitantes, música e um passeio de clássicos que irão percorrer quintas e locais de interesse turístico do concelho.