Em Aveiro, o mundo: Exodus Fest volta a celebrar fotografia e vídeos de viagens e aventura
Viajantes, fotógrafos e videográfos de todo o mundo vão aventurar-se no Exodus Aveiro Fest. De Pippa Ehrlich, vencedora de um Óscar, ao influente fotógrafo Michael Yamashita. De 2 a 4 de Dezembro.
Ao quinto aniversário já se pode chamar de tradição: e eis que chega novamente o momento de fotógrafos e videógrafos de todo o mundo rumarem a Aveiro para mais uma edição do Exodus Aveiro Fest. O festival internacional de fotografia e vídeo de viagem e aventura acontecerá entre 2 e 4 de Dezembro com o mesmo objectivo de sempre, o de “contribuir para uma maior consciência do mundo e fomentar o respeito pela natureza e pela condição humana”, lê-se em comunicado.
Pelo Centro de Congressos de Aveiro (CCA) passarão convidados internacionais e nacionais, muitos deles premiados, que irão “falar das suas vidas, dos seus trabalhos e das suas vivências”. O modelo segue mais ou menos o exemplo de outros anos: haverá palestras, uma mesa-redonda que reunirá (quase) todos os oradores, apresentação de projectos apoiados pelo Exodus e ainda masterclasses. Nas palestras, pode contar-se com a participação de cada um dos oradores convidados, tanto dos chamados Exodus Talents (dedicado apenas a portugueses), como de líderes de viagens e grandes viajantes.
O que será diferente desta vez é a duração do festival: passa a três dias, sendo que será também a primeira vez que o Exodus arranca com um evento aberto a toda a comunidade, inclusive a “quem não tem bilhete”, de modo a “conhecer o ambiente do CGA e a divertir-se connosco”.
Ragnar Axelsson - Where the World is Melting from Kehrer Verlag Heidelberg on Vimeo.
Nesta edição, a personalidade do ano distinguida pela organização de festival pela “entrega e trabalho dedicado a causas e à inspiração da descoberta” é o fotógrafo islandês Ragnar Axelsson, Rax, como também é conhecido, que nos últimos 40 anos tem “fotografado pessoas, animais e paisagens das regiões mais remotas do Árctico, incluindo Islândia, Sibéria e Gronelândia”. O seu trabalho é, descreve a organização, “uma constante homenagem às comunidades humanas, de animais e ecossistema árctico que estão em risco, dadas as alterações climáticas”. Por estes dias, Ragnar está a desenvolver um projecto de três anos “que documenta a vida das pessoas em todos os oito países do Árctico” de forma a deixar “testemunho da ameaça imediata e directa que o aquecimento global representa para a sua sobrevivência”. Isto, numa altura que que a região se “tornou um dos territórios mais disputado da terra”.
Ragnar é um dos dez oradores convidados, ao lado de, por exemplo, Beth Wald, fotógrafa que também “documenta culturas e ambientes em risco”, das montanhas do Tajiquistão e do Nepal à Amazónia. O seu percurso conta “histórias de como as culturas tradicionais em todo o mundo estão a lutar para sobreviver à medida que enfrentam a degradação ambiental e as rápidas mudanças sociais”.
Outra convidada é Alixandra Fazzina, fotógrafa e autora, que tem centrado o seu trabalho “nos conflitos pouco relatados e nas consequências humanitárias, frequentemente esquecidas, da guerra”. Em 2010 foi distinguida com o Prémio Nansen do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Entre os participantes também o fotojornalista português José Sarmento Santos, que se dedica à fotografia documental e tem o seu trabalho publicado em órgãos de comunicação social internacionais. Em 2020, venceu o Prémio Estação Imagem em 2020 e recebeu uma bolsa da National Geographic para trabalhar num projecto sobre a covid-19 e a desigualdade social no Bairro da Jamaica (Seixal).
A lista prossegue com uma vencedora de um Óscar e de um prémio BAFTA pelo documentário “A Sabedoria do Polvo”, Pippa Ehrlich, que nos últimos seis anos, tem participado no projecto Sea Change, “explorando as florestas submarinas da Cidade do Cabo, realizando o filme e editando o livro”; Art Wolfe, anfitrião da série “Art Wolfe’s Travels to the Edge”, sobre “natureza, cultura e fotografia digital”; Michael Yamashita, “um dos principais influenciadores da fotografia”, com 1,8 milhões de seguidores no Instagram e colaborador da National Geographic há 40 anos, especialista em “refazer os caminhos de viajantes famosos” e actualmente a “documentar a nova iniciativa da China, One Belt, One Road (OBOR), que se estende por todos os países ao longo da Rota da Seda original”; Pie Aerts, fotógrafo documental e de vida selvagem e “fundador da Prints for Wildlife, uma plataforma de angariação de fundos que apoia a vida selvagem e as comunidades africanas gravemente atingidas pelo Covid-19”; Andy Best, fotógrafo e videógrafo, que se divide entre a publicidade e o documental e “vive um estilo de vida nómada, a tempo inteiro na estrada com a sua família”; e Brittany Mumma, fotógrafa e videógrafa comercial.
No segmento dedicado aos Exodus Talents, “fotógrafos e videógrafos portugueses que têm vindo a trabalhar em temas que reflectem a visão do Exodus Aveiro Fest”, os convidados são Diana Tinoco, Jacinto Policarpo, Luís Godinho e Luísa Ferreira. Haverá ainda tempo para a apresentação de projectos apoiados pelo festival, como o Trash Traveler, de Andreas Noe, que já anda por aí, ou as Ilhas da Biodiversidade, de Vítor Gordo, que arrancará em 2023, além de tertúlias mais informais sobre viagens.
Paralelamente, vão decorrer duas masterclasses (com um preço de 150€ e inscrições limitadas), orientadas por Michael Yamashita (sábado) e Art Wolfe (domingo), e estará patente uma exposição com cerca de 100 trabalhos dos fotógrafos presentes nesta edição (que posteriormente ficará acessível ao público de forma gratuita na cidade de Aveiro).
A entrada no festival custa 70€ - para quem quiser assistir online, 40€.