Beber uma cerveja por dia faz bem aos intestinos e não engorda, concluem investigadores

Investigadores do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (Cintesis), no Porto, concluíram que “beber cerveja faz bem à microbiota intestinal”, factor que tem sido associado à prevenção de doenças crónicas como a obesidade, diabetes e cardiovasculares.

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O benefício da cerveja na saúde intestinal “provou ser independente do teor alcoólico” Nelson Garrido

“Beber cerveja faz bem à microbiota intestinal.” Esta é a principal conclusão de um estudo do Cintesis, liderado pelas investigadoras Ana Faria e Conceição Calhau, publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry, e que contou com as contribuições de investigadores da Nova Medical School - Faculdade de Ciências Médicas.

“O consumo de cerveja contribui para a melhoria da composição da microbiota intestinal, factor que tem sido associado à prevenção de doenças crónicas muito comuns, tais como a obesidade, a diabetes e as doenças cardiovasculares”, salienta o Cintesis, em comunicado.

No decorrer da investigação, a equipa recrutou homens saudáveis, entre os 23 e 58 anos, para participarem num ensaio, ao longo de quatro semanas, que consistia em beber diariamente 330 mililitros (ml) de cerveja, com ou sem álcool.

Os resultados provaram que o consumo de cerveja, bebida que resulta da fermentação de cereais, “aumenta a diversidade da microbiota intestinal, sem aumentar o peso e a massa gorda”. Ao mesmo tempo, os investigadores concluíram que a ingestão desta bebida “não interfere significativamente em biomarcadores cardiometabólicos”, como a glicose, colesterol e triglicéridos.

“Curiosamente, a fosfatase alcalina, um importante biomarcador de danos no fígado, rins e ossos, diminuiu no decurso do ensaio”, salienta o Cintesis, acrescentando que o benefício da cerveja na saúde intestinal “provou ser independente do teor alcoólico”, ou seja, ocorre quer a cerveja tenha álcool ou não.

Os investigadores acreditam que o efeito benéfico da cerveja poderá estar ligado aos polifenóis presentes na bebida, à semelhança do que acontece com o vinho tinto, ao mesmo tempo que salientam que o estudo “vem demonstrar que este tipo de bebidas ricas em polifenóis, no caso a cerveja, é uma abordagem interessante para aumentar a diversidade da microbiota intestinal”.