Mais de 250 celebridades de Hollywood, incluindo a actriz Julianne Moore (O Meu Nome é Alice), o actor Mark Ruffalo (o Hulk d’ Os Vingadores), os comediantes Amy Schumer e Jimmy Kimmel e os produtores Adam McKay (Não Olhem Para Cima), J.J. Abrams (Star Wars: A Ascensão de Skywalker) e Shonda Rhimes (Anatomia de Grey), assinaram uma carta aberta a pedir para se mudar a forma como as armas são representadas no ecrã. “Nós não causamos o problema, mas queremos ajudar a resolvê-lo”, expõem.
“Como contadores de histórias dos Estados Unidos, o nosso objectivo é acima de tudo entreter, mas também reconhecemos que as histórias têm o poder de provocar mudanças”, concluem os profissionais da indústria do entretenimento norte-americana. Nesse sentido, propõem-se a retratar a posse responsável de armas, alertando para as consequências do uso imprudente destas, a conversar antes das produções sobre a representação de armamento nos ecrãs e a limitar as cenas que incluam crianças e armas.
No texto intitulado #ShowYourSafety, actores, produtores e argumentistas, como Judd Apatow (Virgem Aos 40 Anos) e Kathleen Kennedy (Parque Jurássico - enquanto produtora), assinalam, contudo, que não deixa de ser necessária “legislação de senso comum” sobre controlo de armas. “A responsabilidade recai sobre as leis de armas permissivas apoiadas pelos políticos mais receosos de perder o poder do que em salvar vidas”, justificam.
A carta surge na sequência de um crescente número de tiroteios em massa nos Estados Unidos, em particular os de Buffalo, em Nova Iorque, e Uvalde, no Texas, que causaram a morte de mais de 30 pessoas. “Como a maior parte dos Estados Unidos, estamos enfurecidos com os recentes tiroteios em massa em Buffalo e em Uvalde. Considerando que já houve mais de 250 outros tiroteios de grande escala até agora durante este ano, é uma tragédia quase incompreensível”, dizem as figuras de Hollywood na carta aberta.
Um estudo recente concluiu que a representação de violência com armas nos ecrãs das televisões norte-americanas duplicou nas duas últimas décadas, refere o The Guardian. Só em 2017, quase 40 mil pessoas foram mortas com recurso a armas. Em 2020, tornaram-se a principal causa de morte dos jovens norte-americanos. De Hollywood, partem agora “pequenas coisas que se pode fazer como comunidade para tentar acabar com este pesadelo nacional”, acrescenta o abaixo-assinado.
Texto editado por Carla B. Ribeiro