Matthew McConaughey sobre o massacre no Texas: “Não podemos aceitar esta trágica realidade como statu quo

O actor de 52 anos é natural de Uvalde, onde, pelo menos, 21 pessoas foram mortas numa escola primária. Nas redes sociais, lamentou a tragédia e deixou um apelo para que se faça “melhor”.

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Matthew McConaughey venceu o Óscar de Melhor Actor em 2014 Reuters/LUCY NICHOLSON

“Esta é uma epidemia que podemos controlar”, é assim que Matthew McConaughey descreve o lobby das armas. Natural de Uvalde, no Texas, onde, pelo menos, 21 pessoas foram mortas, nesta terça-feira, numa escola primária, o actor pronunciou-se sobre a tragédia, num comunicado partilhado nas redes sociais, onde lamenta que se continue a falhar “na responsabilidade pelos direitos” conquistados.

Mais do que lamentar a morte de 19 crianças e dois adultos na Escola Primária Robb, o actor incentiva à mudança, que, na sua opinião, deverá começar numa reflexão: “Que pequenos sacrifícios podemos fazer hoje, individualmente, para preservar uma nação, um estado e um bairro mais seguro, no amanhã?”. E acrescenta: “Não podemos expirar uma vez mais, inventar desculpas, e aceitar esta trágica realidade como statu quo.

É tempo também de “reavaliar” os valores “enquanto americanos, texanos, mães e pais” e “renegociar o que queremos, [comparando com] o que precisamos”. Enquanto tal não for feito, avisa, sofrerão as crianças. E o massacre desta terça-feira é prova disso: as 19 crianças foram assassinadas por um atirador de apenas 18 anos, sem que se conheçam as motivações do ataque. “Qualquer que seja o lado [da questão] em que nos posicionemos, todos sabemos que podemos fazer melhor. Devemos fazer melhor”, escreve.

Só assim, acredita, se poderá fazer com que “nenhum pai tenha de passar pelo que os pais em Uvalde e os outros antes deles passaram”. Matthew McConaughey não termina sem deixar uma palavra de alento a todos “os que foram levar os seus entes queridos [à escola] sem saber que seria a despedida”. E conclui: “Não há palavras que possam compreender ou curar a vossa perda, mas as orações podem dar algum conforto. Vamos continuar a fazê-las.”

No Twitter, multiplicam-se os comentários de apoio à publicação do protagonista de O Clube de Dallas, sobretudo a condenar a lei das armas. “A Austrália teve um massacre no final dos anos 90 e nunca mais voltou a ter outro durante mais de 25 anos. Nas escolas dos Estados Unidos este ano já aconteceram 27 tiroteios”, escreveu um utilizador. Há, ainda, quem lembre que este problema vai além das armas: “Temos de pensar na saúde mental da pessoa que está a segurar a arma.”

Ao longo dos anos, Matthew McConaughey manteve sempre uma relação próxima com o estado onde nasceu e, inclusive, chegou a ponderar concorrer a governador no ano passado, algo que não se concretizaria. “Como uma criança de família modesta nascida na pequena cidade de Uvalde, no Texas, nunca me ocorreu que um dia viria a ser considerado para a liderança política. É um caminho de humildade e potenciador de reflexão. É também um caminho que estou a escolher não seguir neste momento”, afirmou, então, em comunicado.

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