“O meu coração está desfeito”: o luto pela morte de professora em tiroteio no Texas
Dois professores morreram durante massacre que vitimou 19 crianças em escola no Texas. Eva Mireles era formada em Educação Especial e ensinava turma do 4.º ano.
Na terça-feira, Eva Mireles saiu de casa em direcção a um trabalho que parecia adorar: ensinar crianças do quarto ano na pequena cidade de Uvalde, no estado norte-americano do Texas. Mas a professora nunca chegaria a voltar a casa, assassinada com 19 crianças e outro colega de profissão no mais recente tiroteio em massa em escolas dos Estados Unidos.
Mireles, com formação em Educação Especial e Bilinguismo, ensinava na Escola Primária Robb, alvo de um massacre em que um adolescente de 18 anos matou 22 pessoas numa “chuva de balas” antes de ser abatido pela polícia. A professora ensinava crianças do 4.º ano, com idades entre os nove e os dez anos, detalhou a prima Cristina Mireles no Facebook.
“A minha linda prima! É um dia tão devastador para todos nós. O meu coração está desfeito num milhão de pedaços”, lamentou Arizmendi Mireles.
Numa curta biografia publicada no site do agrupamento de escolas, Mireles adiantava ter uma família “solidária, divertida e amorosa”, composta pelo marido, a filha licenciada e “três amigos com pêlo”. O marido, Ruben Ruiz, é agente policial na força de polícia do agrupamento de escolas, o departamento que está a investigar o massacre.
A tia, Lydia Martinez Delgado, fez o luto pela morte da sobrinha numa publicação no Facebook, pedindo orações para a família e toda a cidade de Uvalde.
Esta comunidade, a cerca de 130 quilómetros a oeste de San Antonio, tem perto de 16 mil residentes: quase 80% desta população é latina ou hispânica, mostram os dados dos censos norte-americanos.
“Estou furiosa que estes tiroteios continuem. Estas crianças são inocentes e as armas não deviam ser de acesso fácil para todos. Esta é a minha cidade natal, uma pequena comunidade com menos de 20 mil [habitantes]. Nunca imaginei que isto acontecesse, especialmente aos meus entes queridos”, escreveu Martinez Delgado.
“Tudo o que podemos fazer é rezar pelo nosso país, estado, escolas e especialmente a família [das vítimas]”, pode ler-se na publicação.
Restavam dois dias no calendário escolar quando se deu o massacre desta terça-feira. O agrupamento de escolas cancelou as aulas que restavam no ano lectivo e oferece aconselhamento psicológico para os sobreviventes da tragédia.