Vinhos de Portugal no Brasil: de volta ao Rio e São Paulo, vinhos levam aos brasileiros “um imenso Portugal”
Vão ser três dias de festa no Jockey Club do Rio e mais três no Cidade Jardim, em São Paulo, com 80 produtores portugueses e muitas conversas com chefs, músicos e especialistas em vinho dos dois lados do Atlântico.
Depois de dois anos de edições virtuais que, em tempos de pandemia, uniram portugueses e brasileiros através do vinho, o Vinhos de Portugal no Brasil está finalmente de volta ao formato presencial – e, no caso do Rio de Janeiro (entre 3 e 5 de Junho), ao Jockey Club, o local onde se realizou uma das edições mais inesquecíveis. Desta vez, anuncia a organização, o evento ocupará o dobro do espaço de há sete anos, com duas tribunas, o que fará desta “a maior edição do Vinhos de Portugal na cidade”.
Para aquela que é a sua 9.ª edição, o maior evento de vinhos portugueses do Brasil – uma iniciativa dos jornais PÚBLICO, em Portugal, e O Globo e Valor Económico, no Brasil, em parceria com a ViniPortugal e curadoria da Out of Paper – vem cheio de novidades, e promete transformar o Jockey Club e o shopping Cidade Jardim, em São Paulo (onde acontece entre 9 e 11 de Junho), num “imenso Portugal”.
E, associando-se às comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil – no dia 3 de Junho o Corcovado será iluminado com as cores da bandeira portuguesa – traz, pela primeira vez, um festival de música português, o EA Live, da Adega Cartuxa, que animará as noites do Rio com os músicos Diogo Nogueira, Tiago Nacarato e a dupla Anavitória.
Serão 80 os produtores portugueses a fazer as malas e a partir para o Brasil, onde apresentarão os seus vinhos em sessões para um público especializado e para o público em geral (são dez sessões por cidade) no Salão de Degustação, mas também em provas especiais (16 no Rio e 15 em São Paulo) dirigidas pelos críticos do evento: Dirceu Vianna Junior, o único master of wine brasileiro, Jorge Lucki, do Valor Económico e da CBN, que será a rádio oficial do evento, Manuel Carvalho, director do PÚBLICO, Luís Lopes, da revista portuguesa Grandes Escolhas e, pela primeira vez, uma mulher, Cecília Aldaz, sommelière dos restaurantes Oro e Pipo, do chef Filipe Bronze, no Rio de Janeiro.
A par disso, haverá ainda talk-shows, um formato de conversa mais informal, sempre com a prova de dois vinhos, que começou na edição digital de 2021 e que trouxe a Portugal chefs, artistas e apresentadores, todos figuras bem conhecidas no Brasil, para provarem os vinhos portugueses e conversarem com os produtores.
O modelo repete-se agora no Jockey Club com a participação de chefs como Ricardo Lapeyre, do Escama, Andressa Cabral, do Meza Bar, Rafa Costa e Silva, do Lasai, de actrizes como Monique Alfradique (que no ano passado esteve em Portugal), da realizadora Laís Bodanzky (cujo filme sobre D. Pedro I, A Viagem de Pedro, pode ser visto neste momento nas salas portuguesas), de sommelières como Elaine de Oliveira ou Daniela Bravin, entre muitos outros.
No Cidade Jardim, os convidados serão diferentes, mas as conversas prometem ser igualmente descontraídas e sempre com vinho. Aí teremos a chef Bella Masano, do restaurante Amadeus, o chef Emmanuel Bassoleil, que também esteve em Portugal na última edição, a jornalista e apresentadora Mônica Salgado, a sommelière Silvana Aluá, ou a jornalista Lia Rizzo, para citar apenas alguns nomes.
Entre as provas dirigidas pelos críticos, os temas são diversificados. Jorge Lucki, por exemplo, vai conversar com duas produtoras e amigas com um projecto em conjunto, Sandra Tavares e Susana Esteban (que participa no evento pela primeira vez), para lhes perguntar o que faz uma parceria de sucesso. E colocará a mesma pergunta a uma outra dupla, desta vez masculina: Jorge Alves e Celso Pereira, do Quanta Terra.
Cecília Aldaz, que tem viajado por Portugal e conhece bem os vinhos nacionais, traz “Pais e Filhos: Vinhos em Família”, com a Quinta dos Roques, a Quinta da Gaivosa e João Portugal Ramos, mas também nos levará até Setúbal para uma descoberta dos tintos e brancos desta região.
O destaque, contudo, vai para um momento alto, apresentado também pela sommelière do Oro, a prova especial na qual dois dos enólogos mais emblemáticos de Portugal, Luís Sottomayor, que faz o mítico Barca Velha, e Pedro Baptista, do igualmente mítico Pêra Manca, vão apresentar outros dois grandes vinhos da sua autoria: o Legado (Luís Sottomayor/Casa Ferreirinha/Sogrape) e o Tapada de Chaves (Pedro Baptista/Fundação Eugénio de Almeida).
Já Dirceu Vianna Junior fala dos “Novos ícones portugueses”, do “Melhor terroir de Portugal”, e convida-nos a descobrir “Vinhos raros e seus mistérios”, numa prova em que apresentará o Bacalhôa Moscatel Roxo Rosé, o Opta Alfrocheiro 2018, o Casa Ferreirinha Castas Escondidas Tinto 2018, o Marquesa de Alorna Grande Reserva Tinto 2016, o Poeirinho Garrafeira 2015 e o Marquês de Marialva 65 anos Garrafeira 2001.
Luís Lopes irá explorar o mundo dos “Grandes Vinhos do Alentejo” e explicará “O clima que faz os vinhos”, enquanto Manuel Carvalho apresentará “Douro, a nova face de uma região secular” e partilhará as razões para “O fascínio do vinho do Porto”, além de apresentar uma prova de harmonização dos vinhos do Dão com a gastronomia brasileira.
Tanto no Rio como em São Paulo haverá ainda happy hours com bebidas criadas com os vinhos da José Maria da Fonseca.
A 9.ª edição do Vinhos de Portugal tem ainda a participação do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, o apoio das Comissões Vitivinícolas do Alentejo, Dão, Península de Setúbal e Lisboa, do Festival EA Live, e o apoio institucional da Coordenação do Bicentenário da Independência do Brasil do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal.